Friday, April 6, 2007

Genes do cancro do cólon

Gene p53


O gene supressor tumoral p53, localizado no cromossoma 17, que codifica a proteína correspondente é encontrado em aproximadamente 50% de todos os tumores humanos, tornando-se assim o gene que mais vezes se altera. Já há cerca de 50 tipos de diferentes tumores que se originam a partir da mutação deste gene, incluindo o cancro do Cólon. Estas mutações são encontradas em cerca de 70% dos cancros cólon-rectais.
Esta proteína induz o ciclo celular, portanto a multiplicação das células, e a apoptose – morte das células.
Tal como o gene RB – que induz o crescimento celular – o p53 codifica uma proteína que facilmente se liga ao DNA. Pode também chamar-se um gene intermédio pois este faz a ligação e interacção com outros genes.
A presença de uma mutação do gene p53 indica que esse tipo de cancro está na sua forma mais agressiva e portanto, a esperança de sobrevivência é menor.


Mas, tal como todos os genes, o p53 também tem a sua função antes de ser mutado. Assim, este pode ser um gene muito importante na prevenção de tumores pelo facto de, em experiências laboratoriais, se ter verificado que a colocação de um gene p53 normal em células tumorais resultava numa importante diminuição do tamanho do tumor. Isto indica que a colocação do gene p53 normal nos tumores dos pacientes com cancro, usando terapia genética utilização de genes normais – poderá tornar-se num tratamento possível de aplicar em doentes com cancro.
Tal como já foi referido, a principal função deste gene é manter a integridade do código genético, mais particularmente, na manutenção da mesma sequência de nucleótidos ao longo de toda a cadeia de DNA, cuja estrutura deve ser a mesma em todas as células. Deste modo, a sequência de acontecimentos que se dá e que traduz a forma como a proteína actua é a seguinte:
· Durante a divisão celular, a proteína p53 faz uma verificação quanto à possível ocorrência de uma mutação no código genético – que se traduz num erro de replicação do DNA, codificando uma proteína com uma função diferente.



· Se a mutação ocorrer é a proteína p53, através do desencadeamento de um coinjunto de reacções, que activa as proteínas de reparação de forma a colocar o DNA na sua forma correcta.



· No caso de o DNA já se encontrar demasiado danificado cabe à proteína p53 impedir que a célula em causa entre em mitose e complete e divisão celular. Uma dessas acções pode caracterizar-se pela morte da célula através de apoptose ou uma outra forma de controlar esta divisão.

É devido a estes factos que a proteína p53 é classificada como supressora de tumores, desempenhando um papel importante na manutenção da integridade do genoma.


Gene APC


Poucas são as informações disponíveis sobre este gene, mas sabe-se que este é o gene responsável pelo aparecimento do cancro do cólon (para além do gene p53 causadores de diversos tipos de cancro entre os quais o cancro do Cólon).
Na figura A e B é possível comparar a sequência alterada de um adenoma, mais precisamente no codão 842. Na figura C está esquematicamente representado os resultados de uma técnica denominada DNA fingerprint ou impressões digitais genéticas. Assim, a partir de uma pequena amostra de material biológico que contenha material genético é possível fazer a extracção do DNA. Seguidamente utilizam-se enzimas de restrição – enzimas que fragmentam o DNA por hidrólise em locais específicos. A especificidade é dada pela sequência de nucleótidos que a enzima reconhece fragmentando o DNA sempre que encontra essa sequência – que fragmentam o DNA em pequenos pedaços. Os cortes ocorrem nas zonas de restrição. Os diferentes fragmentos obtidos terão tamanhos diferentes, que variam de indivíduo para indivíduo. Colocando estes fragmentos num meio apropriado, por exemplo um gel (específico para este tipo de experiências em laboratório), e submetendo-os a um campo eléctrico, eles vão deslocar-se com velocidades diferentes (quanto maior for o fragmento de restrição, menor mobilidade ele tem no gel). Através de métodos apropriados de visualização podem localizar-se esses fragmentos e identificar o individuo pelo número de fragmentos em que o seu DNA foi dividido. Através dessa localização dos fragmentos é possível identificar aqueles que possuem um pedaço no local que pertence à anomalia verificada no gene APC. Assim, os indivíduos 2, 3 e 4 estão afectados pelo facto de possuírem um fragmento (indivíduos 3 e 4) ou dois fragmentos no caso do indivíduo 2.

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