Saturday, April 7, 2007

Diagnóstico do cancro do cólon

Como em qualquer doença, em especial o cancro é fundamental que o diagnóstico do cancro do cólon seja realizado o mais precocemente possível, com vista a uma rápida actuação dos médicos e tratamentos para que o tumor não avance de mais. O diagnóstico de um cancro deste tipo não é tão fácil como um cancro da mama devido ao difícil acesso ao órgão em questão, o intestino grosso. É, por isso, necessário a maior atenção às alterações no organismo e a realização de exames, com o objectivo de detectar o mais cedo possível um tumor, o que nem sempre é possível, uma vez que muitos só realizam os testes quando algum sintoma aparece, o que só ocorre quando o tumor está já numa fase muito avançada. Assim, são vários os exames disponíveis para o diagnóstico clínico de um cancro do cólon.


Endoscopia


A endoscopia digestiva consiste num método de investigação de doenças do esófago, estômago e intestinos, através de tubos flexíveis introduzidos pela cavidade oral ou anal. A primeira refere-se a uma endoscopia digestiva e a segunda a uma colonoscopia. Estes instrumentos permitem visualizar a mucosa (revestimento interno) do tubo digestivo e realizar análises detalhadas de algo suspeito, bem como realizar pequenas cirurgias, como a remoção de pólipos (polipectomia).




Colonoscopia

É um exame de curta duração, entre 15 a 30 minutos que consiste na visualização do interior de todo o intestino grosso (cólon), através da introdução de um tubo fino no ânus, com uma pequena câmara na extremidade. Este exame, embora de execução relativamente simples, pode ser realizado com ou sem recurso a uma leve anestesia geral de curta duração, a qual não requer habitualmente internamento hospitalar. Durante a colonoscopia podem ser removidos pequenos pólipos e/ou realizadas biópsias de lesões suspeitas. Normalmente, antes da realização deste exame, administra-se um sedativo, pelo que o doente não sente qualquer dor. Contudo, numa colonoscopia o médico tem a necessidade de insuflar algum ar no cólon, para obter melhores condições de observação, podendo esta situação tornar-se incómoda para o doente, uma vez que a sensação é semelhante à dor provocada por gases no intestino.


Sigmoidoscopia flexível


Este método de diagnóstico é feito para estudar o interior da parte fina do cólon. Na sua execução utiliza-se um tubo oco, flexível e iluminado, chamado sigmoidoscópio. Durante uma sigmoidoscopia pode introduzir-se, através do sigmoidoscópio, uma pinça de biopsias, sendo assim possível a recolha de tecido para posterior exame microscópico. Se detectar pólipos, estes serão removidos.
Este exame é bem tolerado pelos doentes, não se sentido muita dor, durante a sua realização. Além disso, as biopsias não causam, igualmente, qualquer dor, uma vez que são feitas em zonas insensíveis. Além disto, este exame é de curta duração, podendo realizar-se em apenas 10 minutos. Cerca de 65 % dos cancros colorrectais podem ser observados com um sigmoidoscópio flexível de fibra óptica. Se for detectado um pólipo que possa ser canceroso, examina-se a totalidade do intestino com um colonoscópio, pois este é mais comprido do que o sigmoidoscópio. É recomendável pelos médicos que este exame seja feito em intervalos de 5 anos, após os 50 anos.






Análises às fezes

Por vezes, o tumor ou os pólipos sangram, e através desta pesquisa podem ser detectadas pequenas quantidades de sangue nas fezes. Se nesta análise for detectado sangue, serão necessários testes adicionais para encontrar a origem do sangue. Há situações benignas, como as hemorróidas, que podem provocar sangue nas fezes. Durante estas são analisadas as fezes do paciente, procurando pequenas quantidades de sangue, um dos sintomas de cancro colorrectal. Para garantir resultados adequados o paciente é aconselhado a ter uma alimentação livre de carnes vermelhas durante os 3 dias anteriores à recolha da amostra de fezes

Analises ao Sangue / hematoquisia


As análises ao sangue efectuadas durante o diagnóstico de um cancro do cólon têm como principal finalidade detectar os designados marcadores tumorais, dos quais se podem referir o antigénio carcinoembrionário, o CA 19-9 e o CA 125. Os valores destas substâncias no sangue são elevados em 70 % dos doentes com um cancro colorrectal, sendo por isso indicadoras de um possível tumor em casos em que a sua concentração se demonstre elevada durante as análises ao sangue.


Clister Opaco


É um exame diagnóstico onde uma certa quantidade de líquido (bário) é introduzida no cólon sob a forma de clister. Este exame permite delinear o cólon através de imagens obtidas nos raios X. O exame provoca uma sensação semelhante a um vulgar clister, isto é, uma sensação de distensão abdominal. A realização destes exames implica a limpeza prévia do intestino recorrendo-se para isso a uma preparação com laxantes.
Por vezes, procede-se, também, à investigação e análise de outros órgão, normalmente atingido pela metastização do cancro do cólon, como são o fígado e os pulmões. Para a análise destes órgãos recorre-se a raios - X pulmonares, testes da função hepática, por exemplo.



Os pacientes que não têm qualquer factor de risco devem efectuar anualmente um toque rectal e uma pesquisa de sangue oculto nas fezes, começando aos 40 anos e durante os 10 anos seguintes. Aos 50 anos deverá ser-lhe efectuada uma sigmoidoscopia flexível. Se esta for normal, repetir-se-á cada cinco anos. Em alternativa, este grupo de pessoas (sem factores de risco) pode ser rastreado através de um clister opaco cada 5 a 10 anos ou de uma colonoscopia cada 10 anos.
Quem estiver em situação de risco aumentado para o desenvolvimento de cancro colorrectal deve fazer-se rastrear por métodos que permitam a visualização do cólon e do recto em toda a sua extensão.

No comments: