Monday, April 30, 2007

Sintomas de um cancro da mama

Para um diagnóstico precoce, com vista a um tratamento eficaz do cancro da Mama, é necessário que a mulher/homem estejam atenta a todas as modificações que ocorrem no seu corpo, nomeadamente na sua zona mamária. É com a observação de qualquer alteração no funcionamento geral do organismo que um diagnóstico começa. Assim, o cancro, como outras doenças, apresenta diversos sintomas, aos quais o indivíduo deve estar atento:





- Qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspecto quer na palpação;
- Secreção ou perda de líquido pelo mamilo, podendo ou não ser sangue;
- Sensibilidade no mamilo;





Uma dor persistente, que não desaparece, mesmo após a toma de analgésicos, tanto durante como após o período menstrual, é um sintoma importante para o diagnóstico deste tipo de cancro.





- Retracção da pele da mama ou do mamilo (figura ao lado) ;
- Inchaço significativo da pele da mama;
- Pele da mama com aspecto escamoso ou vermelho;
- Existência de um sinal que se altera;
- Aparecimento de um nódulo ou dureza anormal no corpo, principalmente nas axilas;
- Cicatrização díficil de uma ferida

O surgimento de um nódulo ou úlcera em alguma zona do organismo, assim como a persistência de uma ferida na pele ou na boca, que não cicatriza, é motivo para se suspeitar de um cancro.


Todos este sintomas devem ser tomados em conta pela mulher (ou homem), podendo, assim, fazer-se um diagnóstico precoce que evitará o avanço do cancro, podendo este ser tratado, uma vez que quanto mais cedo, mais eficazes e menos agressivos são os tratamentos.

Sunday, April 29, 2007

Diagnostico do cancro da mama

É fundamental que o diagnóstico do cancro da mama seja feito o mais precocemente possível, pois isto aumenta as hipóteses de cura, evita que o cancro se espalhe para outras partes do corpo (metastização), favorecendo o tratamento, a recuperação e a reabilitação. Ao contrário de outros órgãos, a mama é um órgão facilmente acessível, através da observação/palpação, o que permite uma maior facilidade na detecção de lesões nela existentes. Contudo, em caso de dúvida, deve-se recorrer a exames auxiliares pois estes conseguem detectar tumores numa fase em que estes ainda não são palpáveis, designada fase sub-clínica.

Assim, com base na importância de um diagnóstico precoce desta doença, é necessário à mulher a realização de diversos exames periódicos, cuja execução pode ser feita ou não pela própria. Os exames periódicos são exames que a mulher deve fazer frequentemente independentemente de suspeitar ou não da presença de um tumor na mama. Como exames periódicos há a considerar:


Auto-exame da Mama


O auto-exame mamário, como o próprio nome indica, é uma técnica através da qual a mulher examina os seus próprios seios. Este processo deve ser feito mensalmente e após a menstruação. Para as mulheres que não menstruam, assim como as que já se encontram na menopausa, ou ainda as que se submeteram a uma histerectomia (remoção do útero), devem escolher um dia em cada mês, onde procedem ao exame.
Este exame permite detectar nódulos que podem ser de origem maligna ou benigna, sendo que a mulher deverá consultar um médico para este avaliar qualquer alteração verificada durante este exame. O auto-exame da mama é uma opção para as mulheres com cerca de 20 anos, sendo que é essencial consultar o médico ou uma enfermeira para que estes possam informar o método adequado para efectuar este exame, o que vai permitir à mulher conhecer melhor os seus seios e assim, detectar com mais facilidade qualquer alteração.








Exame clínico mamário




O exame clínico mamário é realizado por um profissional de saúde treinado para tal e deve ser instituído como rotina nos exames físicos. Este exame apresenta as mesmas vantagens que o auto-exame, nomeadamente na ausência de efeitos colaterais, baixo custo e o facto de ser de fácil realização. As mulheres entre os 20 e os 30 anos de idade devem dirigir-se a um técnico de saúde especializado a cada 3 anos, no sentido de fazer este exame clínico. A partir dos 40 anos as mulheres devem efectuar este exame uma vez por ano.
Quando, no entanto, há uma suspeita de cancro da mama, baseada em sintomas e exames já realizados, a mulher deve averiguar esta situação, efectuando diversos exames que poderão concluir de forma mais segura se há ou não um tumor na mama. Na verdade, são os exames periódicos que, normalmente, indicam alguma alteração que levam a mulher a realizar exames mais rigorosos. São muitos os casos onde a mulher apenas faz os exames clínicos após ter feito um auto-exame da mama, onde encontra alterações na sua mama. Nos Estados Unidos da América, esta situação é frequente, pois 90% dos cancros da mama são descobertos pela própria mulher durante o seu auto-exame. Contudo, actualmente, os médicos aconselham as mulheres a fazerem estes exames rigorosos como rotina e não, simplesmente, quando há uma suspeita:

Mamografia / Mamograma



É o principal exame das mamas, realizado através de raios X específico para examinar as mamas. Como é muito preciso, permite ao médico saber o tamanho, localização e as características de um nódulo com apenas alguns milímetros, quando ainda não poderia ser sentido na palpação. Determina, ainda, se perante alguma alteração é necessário recorrer a uma biopsia. É um exame de alta sensibilidade, mas está directamente relacionada com a idade da mulher, sendo esta tanto menos sensível quanto mais nova for, isto porque têm uma maior densidade no tecido mamário. Devido a isto e ao facto de a radiação ionizante utilizada neste exame ser considerada factor de risco para o cancro da Mama, a mamografia não deve ser feita em mulheres muito jovens e nem praticada de forma indiscriminada.
Normalmente este exame é proposto nos programas de rastreio, para mulheres a partir dos 40 anos, visto este exame ser bastante eficaz para esta idade.
Muitas das vezes, são detectadas nas mamografias acumulações de cálcio, não resultantes da dieta da mulher, mas sim, de radiações, traumatismos e imflamações. A maioria destes “blocos” são inofensivos mas alguns podem querer indicar a existência de um cancro da mama.






Ultra-sonografia


Esta técnica é um importante método auxiliar que informa sobre o estado da pele e dos tecidos sub-cutâneos, celular e muscular, e ainda possibilita a distinção entre tumores sólidos (nódulo maligno) e líquidos (cistos). A ultra-sonografia pode ser, ainda, útil na avaliação de nódulos clinicamente palpáveis mas não evidenciáveis pela mamografia. Este processo complementa a mamografia.
Citologia Aspirativa



Esta técnica consiste em, por meio de uma agulha fina e de uma seringa, o médico aspirar uma certa quantidade de líquido ou uma porção pequena do tecido do nódulo, para posterior exame microscópico. Esta técnica é bastante semelhante à biopsia.



Biópsia


A biópsia consiste num procedimento, cirúrgico ou não, onde se recolhe uma amostra do tecido do possível tumor, para mais tarde ser examinado ao microscópio, concluindo se se trata de um cancro da mama.
Os médicos podem retirar células ou tecido da mama, recorrendo a diferentes métodos:







Aspiração com agulha fina: o médico usa uma agulha fina para remover células de um nódulo na mama, que deverá ser analisado num laboratório, onde um patologista usa um microscópio para procurar células cancerígenas.


Biópsia "Core": o médico usa uma agulha para remover tecido mamário. Um patologista analisa o tecido, para ver se tem células cancerígenas; este procedimento é, também, chamado microbiópsia.


• Biópsia cirúrgica: numa biópsia incisional, o cirurgião remove uma amostra de um nódulo ou de uma zona anormal. Se for uma biópsia excisional, o cirurgião remove completamente o nódulo ou a zona anormal. Posteriormente, um patologista analisa o tecido retirado, para ver se tem células cancerígenas.

Receptores hormonais


Por vezes, o médico solicita testes médicos que revelam se as hormonas existentes no sangue estimulam ou não o desenvolvimento de um cancro da Mama.

Saturday, April 28, 2007

Prevenção do cancro da mama

Uma vez que as causas do cancro da Mama são, ainda, desconhecidas/incertas a prevenção é muito limitada. Desta forma, a prevenção é centrada nos factores modificáveis, tais como adoptar estilos de vida saudáveis, actividade física regular, adoptar uma alimentação saudável e restringir o mais possível o consumo de álcool e de tabaco. Fazer exames regularmente (exames periódicos) é, também, um comportamento muito importante para a prevenção do cancro da Mama pois, embora não previna, ajuda a que o cancro possa ser detectado precocemente, o que leva a que o tratamento possa ser melhor sucedido.
A prevenção do cancro da Mama, assim como qualquer outro tipo de cancro, tem como principais objectivos a diminuição da incidência desta doença, uma vez que cerca de 75-80% dos cancros podem atribuir-se a factores externos que, de forma geral, a pessoa pode modificar e portanto diminuir o risco de desenvolvimento de um cancro; e a diminuição da mortalidade que esta causa pois caso haja uma detecção precoce de um cancro este pode ser curado, visto estar numa inicial.
Assim, as principais medidas de prevenção estão relacionadas com os factores de risco modificáveis, ou seja, aqueles que estão relacionados com o estilos e vida de cada um, e que podem ser mudados para que não se corra nenhum risco de vir a padecer de cancro da Mama.

Além destas medidas preventivas, existem ainda outras para as quais é necessário um acompanhamento médico e uma reflexão acerca de muitos tratamentos de prevenção, por vezes radicais e definitivos.

• Prevenção cirúrgica

A prevenção cirúrgica é, actualmente, a abordagem mais eficaz para prevenir o cancro da mama nas mulheres com mutações BRCA1 e 2. A ooforectomia profiláctica (remoção dos ovários) diminui o risco de cancro da mama em 50%. Nas mulheres que considerem esta opção, ela deve ser recomendada após a mulher ter constituído a sua família e, idealmente, deve ser realizada entre os 35-40 anos. Com a remoção dos ovários, principal fonte de estrogénios na mulher, provoca-se uma menopausa precoce com o risco de problemas para esta como disfunção sexual e osteoporose. Contudo, esta remoção vai fazer com que o risco de cancro da mama diminua, uma vez que os estrogénios, relacionados com o aumento de cancro da mama, estão em menor quantidade.
A mastectomia profiláctica reduz o risco de cancro da mama numa mulher com mutação BRCA1/2. A diminuição de risco está directamente relacionada com a quantidade de tecido mamário que se remove, embora os resultados estéticos sejam, classicamente, melhores com a cirurgia denominada masmectomia (em que se preserva a pele e o mamilo mas em que pode restar até 20% de tecido mamário). O esforço actual centra-se no desenvolvimento de técnicas cirúrgicas capazes de remover a maior quantidade possível de tecido mamário, desenvolvendo simultaneamente metodologias de reconstrução com resultados estéticos favoráveis.

Quimioprevenção

A existência de um fármaco capaz de prevenir o cancro da mama e do ovário pode oferecer uma alternativa à prevenção cirúrgica. O fármaco tamoxifeno é eficaz na prevenção do cancro da mama em mulheres de médio risco. No entanto, o seu papel na prevenção do cancro da mama nas mulheres com mutações no gene BRCA1/2 não está completamente esclarecido.

Friday, April 27, 2007

Tratamentos do cancro da mama

Desde que o cancro foi identificado, os investigadores têm procurado tratamentos eficazes para esta doença. Nas últimas décadas, têm-se feito progressos importantes no tratamento do cancro, tendo-se reconhecido que esta não é uma única doença, mas sim um grupo de doenças, cada uma delas requerendo diferentes tipos de cuidados. Os avanços científicos e tecnológicos dos últimos anos têm proporcionado novos conhecimentos sobre o cancro, o que se traduz numa significativa melhoria no tratamento da doença.
O tratamento de cada caso deve ser adaptado à realidade de cada doente, individualmente.
O plano de tratamento é decidido e realizado por uma equipa de especialistas (multidisciplinar) trabalhando em colaboração uns com os outros. Geralmente os tratamentos do cancro seguem protocolos. Estes são um conjunto de normas e planos de tratamento que se estabelecem, baseando-se na experiência científica, para o tratamento de uma doença. Estes protocolos que, de forma geral, se aplicam em todos os hospitais, incluem indicações e limites de tratamento em função de uma série de factores relacionados com o tumor (tipo, localização e tamanho, afectação de outros órgãos ou de gânglios) e com o paciente (idade, estado de saúde, outras doenças, desejo do próprio paciente).
Assim, entre os tratamentos conhecidos temos:

Quimioterapia: Segundo a médica Dr. Mónica Nave , esta consiste no uso de medicamentos anti-cancerigenos, que podem ser ingeridos oralmente, por injecção intravenosa ou ainda por injecções intramusculares. Estes medicamentos entram na corrente sanguínea, circulando por todo o corpo, actuando de várias maneiras diferentes: alguns deles têm como objectivo interferir com a capacidade que a célula cancerosa tem de se reproduzir; outros interferem com processos químicos essenciais, dentro das células, acabando por eliminar as células cancerígenas que eventualmente se tenham espalhado pelo corpo (no caso do cancro da mama, pode acontecer que as células invadam também a zona axilar). Os compostos químicos que atacam com sucesso a divisão contínua das células malignas, no entanto, atacam também as células sãs e podem originar efeitos secundários indesejáveis, como a queda de cabelo.Normalmente administram-se vários ciclos de quimioterapia com intervalos de algumas semanas e portanto o período total de tratamento pode prolongar-se por vários meses.

Radioterapia: A radioterapia é a segunda forma mais comum de tratamento, embora para alguns tipos de cancro não seja um método de tratamento adequado. Cerca de metade de todos os doentes de cancro recebem uma forma de radioterapia, seja isoladamente ou em combinação com outras formas de terapia. Nos últimos anos, os aperfeiçoamentos das técnicas e processos de radioterapia e do equipamento resultaram numa utilização mais eficaz deste método como tratamento principal para alguns cancros. Alguns cancros são particularmente sensíveis ao rádio, sendo totalmente curados desta forma.
A radioterapia é uma forma de actuação terapêutica que utiliza radiação ionizante, como os raios X, raios gama ou partículas sub-atómicas, para lesar ou destruir as células dos tumores malignos. A radioterapia utiliza, pois, os mesmos tipos de radiação que são utilizados na realização de radiografias ou exames de medicina nuclear, residindo a diferença no facto de na radioterapia a energia das radiações utilizadas ser muito superior.
A radiação ionizante "ataca" as células cancerosas ao causar alterações no seu material genético, o que interfere com a sua capacidade para se multiplicarem e, consequentemente, com o crescimento do tumor. Durante o tratamento as células normais localizadas na vizinhança das células malignas são também atingidas, mas, geralmente, conseguem recuperar e sobreviver.Consoante a localização da fonte de radiação em relação ao corpo do paciente vamos ter uma das duas formas da radioterapia:

- Radioterapia interna, na qual a radiação tem origem a partir de uma fonte que é colocada no interior do organismo, seja numa cavidade natural - radioterapia intracavitária - seja implantada no interior do próprio tumor- braquiterapia ou radioterapia intersticial.


- Teleradioterapia ou radioterapia externa, na qual a fonte de radiação está a uma certa distância do paciente, geralmente num equipamento de grandes dimensões, como são a unidade de Cobalto e o acelerador linear. Neste tipo de tratamento, que é o mais comum, os pacientes são tratados em ambulatório, em sessões de curta duração que se repetem diariamente, podendo prolongar-se por várias por semanas, dependendo do problema em causa.
A radioterapia é frequentemente utilizada em conjugação com outras formas de tratamento do cancro. No cancro da mama, a radioterapia é muitas vezes usada depois da remoção cirúrgica dum cancro da mama maligno, para destruir algumas células remanescentes do tumor. A radioterapia também pode ser usada para reduzir o tamanho dum tumor, ou para destruir células do cancro da mama que se tenham deslocado para outras partes do corpo. A radioterapia, no entanto, só é usada quando os benefícios compensam largamente os riscos de causar danos no tecido são.
Em alguns casos pode ser utilizada antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, tornando-a menos complicada. Noutros casos, pode prolongar a vida, ao controlar temporariamente o crescimento de um tumor. Neste contexto, a radioterapia é particularmente útil quando o cancro está confinado a uma região do corpo, mas demasiado avançado para ser totalmente tratado através de cirurgia. A radiação pode também ser usada para aliviar a dor, fazendo diminuir o tamanho do tumor que está a exercer pressão sobre um nervo, por exemplo.


Hoje em dia, existem novas técnicas envolvendo a radioterapia, como é o caso da radioterapia intra-operatória, na qual, como o próprio nome indica, o tumor ou o seu leito é irradiado durante a cirurgia, ou a radioimunoterapia, na qual se associa a radioterapia à imunoterapia, o que se faz conjugando as substâncias radioactivas com anticorpos produzidos pelo sistema imunitário do organismo (como iremos referir posteriormente). Estes anticorpos são específicos para as células malignas, pelo que o material radioactivo é levado directamente a estas células, diminuindo assim os efeitos da radiação sobre os tecidos normais.


Hormonoterapia: Em condições normais, as células da glândula mamária sofrem determinadas alterações, em função da acção das hormonas, sobretudo dos estrogénios: desenvolvimento na puberdade, aumento durante a gravidez, secreção de leite durante o período de lactação.
Alguns tumores com origem nestas células, podem conservar a capacidade de resposta às mudanças hormonais, deixando de crescer se as hormonas que estimulam o seu desenvolvimento forem suprimidas ou se forem administrados medicamentos que bloqueiem o referido factor de crescimento.
Por este motivo, a hormonoterapia tem como finalidade impedir que as células malignas continuem a receber a hormona que estimula o seu crescimento. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos, que modificam a forma de actuar das hormonas, ou a cirurgia, que remove os ovários - órgãos responsáveis pela produção dessas hormonas.


Imumoterapia: Consiste no uso de substâncias que modificam a resposta do sistema imunitário do organismo, com o objectivo de destruir as células tumorais. No caso do cancro da mama, através do sistema imunitário e com recurso a diversos medicamentos, irão ser destruídas as células que estão a sofrer uma divisão anormal e portanto, a formar o tumor. A terapia hormonal e a imunoterapia são dois tipos de tratamentos usados em situações específicas e em que se preveja que estas podem beneficiar destes tratamentos.


Terapia com anticorpos monoclonais: As células tumorais "fabricam" substâncias que lhes permitem dividir-se continuamente ou invadir os tecidos sãos, provocando metástases. Uma dessas substâncias é a proteína HER2, que estimula o crescimento das células tumorais. Recentemente, foi desenvolvido um medicamento que actua nas células tumorais, que é um anticorpo monoclonal. Este medicamento actua nestas células que apresentam um excesso da proteína HER2, de modo a impedir que as células se multipliquem e ataca somente as células tumorais, sem qualquer efeito sobre as células sãs.
Um anticorpo monoclonal é uma proteína sintética que foi preparada expressamente para atingir células cancerosas específicas no organismo, bloqueando a função dum gene de cancro específico, associado ao crescimento de cancro da mama agressivo. A única terapêutica actualmente existente com anticorpos monoclonais atinge e bloqueia a função do gene HER2 do cancro.


O uso de um anticorpo monoclonal, representa uma nova e promissora opção para tratar doentes que após realizarem o teste revelam-se HER2 positivas (a maior parte das pessoas que tem cancro são HER2 positivo, a sua forma mais agressiva).
Como mostram os resultados clínicos, esta nova abordagem do cancro da mama é um grande avanço para as doentes HER2-positivas, proporcionando uma melhoria significativa na qualidade de vida e prolongando a vida das doentes com formas agressivas de cancro da mama.
Contudo, este tipo de tratamento está condicionado à existência de um diagnóstico fiável do status de HER2. O diagnóstico do status do HER2, é feito utilizando testes altamente sensíveis. Estes testes não só determinam se uma doente é ou não HER2-positiva, mas também constituem um prognóstico acerca das doentes que poderão responder a este tratamento.


Cirurgia: é o tratamento inicial mais comum e o principal tratamento local. O tumor da mama será removido, assim como os gânglios linfáticos da axila. Estes gânglios filtram a linfa que flui da mama para outras partes do corpo e é através deles que o cancro pode alastrar. Existem vários tipos de cirurgia para o cancro da mama, que são indicados de acordo com a fase evolutiva do tumor, a sua localização ou o tamanho da mama.


Tumorectomia: é a cirurgia que remove apenas o tumor. Em seguida, aplica-se a terapia por radiação. Às vezes, os gânglios linfáticos das axilas são retirados como medida preventiva. É aplicada em tumores mínimos.
Actualmente, em casos muito concretos, é estudada a possibilidade de evitar o esvaziamento axilar (ou seja, a excisão dos gânglios da axila), através da excisão de um só gânglio, especificamente seleccionado (gânglio sentinela), utilizado para controlar quais os tecidos afectados.



Mastectomia: pode ser radical (clássica), caso em que o cirurgião extrai a mama, os músculos do peito, todos os gânglios linfáticos da axila, alguma gordura em excesso e pele. Raramente é utilizada. No entanto, hoje em dia, a mais praticada é a designada mastectomia radical modificada, que permite conservar os músculos peitorais, para facilitar uma posterior reconstrução estética.


Mastectomia simples ou total: é a cirurgia que remove apenas a mama. Às vezes, no entanto, os gânglios linfáticos mais próximos também são removidos. É aplicada em casos de tumor difuso. Pode manter-se a pele da mama, que auxiliará muito a reconstrução plástica.




Quadrantectomia ou Lumpectomia: é a cirurgia que retira o tumor, uma parte do tecido normal que o envolve e o tecido que recobre o peito abaixo do tumor. É, pois, um tratamento que conserva a mama.A radioterapia é aplicada após a cirurgia.



Efeitos secundários

Tendo em conta que se trata de uma intervenção cirúrgica, não existem efeitos secundários imediatos, excepto os que possam surgir no local da incisão:

• Infecção local
• Hematoma (sangue acumulado)
• Seroma (líquido transparente acumulado)

• Esvaziamento axilar:
• Linfedema: inchaço, por acumulação de líquido no braço e na mão. Regra geral, não aparece imediatamente, podendo demorar alguns meses ou mesmo anos.

Precauções
• Retirar sangue no braço contrário à intervenção;
• Determinar a pressão arterial no braço contrário à intervenção;
• Proteger as mãos com luvas, sempre que realizar actividades que possam provocar qualquer tipo de ferida (jardinagem, bricolagem...)

Thursday, April 26, 2007

Consequências emocionais do diagnostico e tratamento

O aparecimento de cancro da mama na vida de uma mulher acarreta efeitos traumáticos, para além da própria doença. A mulher pode deparar-se com a perda de um órgão altamente investido de representações, assim como o medo de ter uma doença sem cura, repleta de sofrimentos e dúvidas.
A partir do diagnóstico confirmado, o paciente vê a sua vida tomar um rumo que nunca pensou que iria tomar, já que o cancro pode acarretar significativas mudanças ao nível pessoal/familiar e profissional.
Desta forma, acaba por trazer implicações no seu quotidiano e nas relações com as pessoas do seu contexto social.
Os familiares devem estar presentes de forma activa, aceitando a doença e assumindo papéis que não foram escolhidos mas sim impostos pela fatalidade do adoecimento, interrompendo planos ideias, e perspectivas futuras. Essa adaptação deve mudar de acordo com o avanço ou recuo da doença.
Mas por outro lado, o paciente saber que tem uma doença sem causa definida trás ainda mais culpa e angústia. Conseguir interiorizar os passos seguintes da doença é bastante doloroso, uma vez que os tratamentos que são necessários implicam muitas vezes mutilações, náuseas, vómitos, alopecia (queda de cabelo), além de alterações sexuais e reprodutivas como a menopausa precoce.
Há oito preocupações que são demonstradas por pacientes que viveram doenças crónicas que ilustram claramente os maiores problemas trazidos também pelas mulheres com cancro da mama, que são:
1. Perda do controlo sobre a vida
2. Mudanças na auto-imagem
3. Medo da dependência
4. Estigmas (cicatrizes permanentes)
5. Medo do abandono
6. Raiva
7. Isolamento
8. Morte

Diversas pesquisas relevam também que a ansiedade e a depressão estão entre os problemas psicológicos mais frequentes entre os pacientes com cancro. 20-30% das pacientes com cancro da mama têm ansiedade, depressão e baixa auto-estima nalgum momento após o diagnóstico, podendo verificar-se também após o conhecimento do diagnóstico e até mesmo após o tratamento.
Há também factores que podem estar associados com a ansiedade e depressão durante o cancro da mama. Esses factores são: variáveis demográficas, idade, nível educacional, estágio da doença, temperamento (pessimista ou optimista), respostas ao stress, estratégias de confrontação com a doença e o sentimento de culpa.
Pode considerar-se que o grau de depressão está directamente relacionado com a malignidade do tumor. Desta forma, só a suspeita de ter cancro pode trazer abalos significativos na vida de uma mulher. Mas a depressão pode não ser detectada pelo facto de que muitos dos seus sintomas, como falta de apetite e pouca energia podem estar associados aos efeitos dos próprios tratamentos ou às consequências do próprio cancro.
Em especial destaque há que considerar que quanto maior for a mutilação, mais traumático será o seu efeito. Neste caso, a mulher mastectomizada sofre sequelas maiores, já que vivência alterações significativas na sua imagem corporal. Um medo muito frequente entre as pacientes mastectomizadas é o de não ser mais atraente sexualmente. Desta forma, a presença do companheiro na reestruturação da sua integridade é fundamental.
Perante estas alterações psicológicas é, também, necessário a intervenção psicológica de um profissional junto da doente. O seu principal papel é o bem-estar da paciente contribuindo, assim, para uma boa qualidade de vida.

Wednesday, April 25, 2007

Genes do cancro da mama

Pequenas modificações no DNA de uma célula podem determinar profundas alterações em sua forma ou função. Essas mudanças no material genético são chamadas mutações e correspondem ao mecanismo básico de formação de uma célula maligna. As mutações responsáveis pela transformação maligna geralmente ocorrem nos genes que comandam a divisão celular ou controlam os processos de amadurecimento e morte da célula. Com esses controlos comprometidos, a célula passa a crescer e se multiplicar continuamente, dando origem ao cancro. As células se multiplicam através da divisão celular, quando são criadas duas novas células idênticas à original. Nesse processo, todo o material genético é duplicado e dividido igualmente entre as duas novas células. A célula transformada em maligna pela mutação do DNA perpetua a mutação a cada divisão celular, criando duas novas células malignas.
Muitos estudos têm sido publicados sobre as possíveis causas do cancro da Mama. Uma delas, como já foi referido anteriormente, são as mutações de certos genes possíveis causadores desta doença. Contudo, há certos genes que estão provados serem importantes para o surgimento deste tipo de cancro, como são os genes HER2 e BRCA1 e BRCA2.







Gene HER2



O gene HER2, responsável pela produção da proteína HER2, é um proto-oncogene, o que significa que embora a proteína HER2 tenha um papel regulador nas células com funcionamento normal, um erro aleatório no gene HER2 pode eventualmente conduzir ao desenvolvimento de cancro.



HER2 é a abreviatura de "Human Epidermal growth factor Receptor-type 2", ou seja, receptor tipo 2 do factor de crescimento epidérmico humano. A proteína HER2 é um produto de um proto-oncogene específico, um gene com potencial para causar o aparecimento de cancro. Em quantidades normais, a proteína tem um papel importante no crescimento e desenvolvimento de uma ampla categoria de células designadas por células epiteliais. Estas células constituem o revestimento exterior e interior do organismo e o tecido glandular. As células do tecido mamário responsável pela produção de leite são um bom exemplo de células epidérmicas.



A proteína HER2 pode ser encontrada dispersa pela membrana celular. A proteína transmite sinais que orientam o crescimento celular, desde o exterior da célula até ao núcleo localizado dentro da célula. Pequenas moléculas designadas por factores de crescimento aderem à proteína HER2 e sinalizam a célula para que esta cresça normalmente.




Habitualmente encontram-se duas cópias do gene HER2 em cada célula, que devem produzir uma quantidade adequada de proteína HER2 na superfície celular. Os cientistas verificaram que por vezes o gene HER2 se encontra amplificado, o que resulta em diversas cópias do gene e conduz à produção de proteína HER2 em excesso. O excesso de proteína HER2 envia sinais à célula para que esta se divida, multiplique e cresça a uma velocidade superior à verificada em células normais, o que contribui para a ocorrência e progressão do cancro. Por esta razão o gene HER2 surgiu como um importante factor de prognóstico, no cancro da mama. . Além disso, a crescente compreensão acerca do papel do HER2 no desenvolvimento do cancro da mama, levou os cientistas a conceber terapêuticas inovadoras dirigidas ao HER2.O proto-oncogene HER2 codifica um receptor transmembranário do factor de crescimento da tirosina, cuja expressão se encontra, frequentemente, aumentada no cancro da mama e noutros tipos de tumores sólidos.




Em resumo, depois de quase duas décadas de intensa investigação, desde a identificação do gene do HER2, a determinação do HER2 tornou-se uma ferramenta importante no tratamento dos doentes com cancro da mama. É previsível que, nos próximos anos, aumentem os conhecimentos dos cientistas sobre o papel do HER2 noutros tipos de tumor e venham a estar disponíveis uma série de inovadoras terapêuticas anti-HER2, para os doentes com tumores HER2-positivos.






Modelo da proteína do HER2.



O receptor HER está envolvido na regulação do normal desenvolvimento e crescimento da mama.

Modelo representativo de algumas das etapas envolvidasna tradução do sinal do factor de crescimento anormal:
Os receptores do HER parecem existir sob a forma de monómeros sobre a superfície celular. Estes monómeros estabelecem ligação com outros monómeros, formando receptores activos. Podem ocorrer ligações entre moléculas idênticas de receptores (um homodímero) ou entre diferentes membros da família de receptores HER (heterodímero). O HER2 parece ser o parceiro preferido para a heterodimerização.
A ligação a um complexo receptor heterodímero, incluindo a proteína HER2, conduz à activação da actividade intrínseca da proteína tirosina. A ligação que se faz com o HER2 e a sua identificação a partir destes heterodímeros, parece ser particularmente forte. Ocorre auto-fosforilação da tirosina em resultado dessa ligação, desencadeando uma série de fenómenos sequenciais que resultam na transmissão de sinais através da membrana celular e através do espaço intracelular até ao núcleo. A posterior activação do gene conduz à estimulação mitótica.
Indicadores do HER2: amplificação do gene ou do DNAe aumento da expressão do mRNA ou da proteína.

A sequência habitual da transformação oncogénica parece iniciar-se com a amplificação do gene HER2. Isto origina duas vezes mais cópias dos genes do que é habitual nas células epidérmicas: a amplificação do gene do HER2 aumenta a transcrição do gene do HER2, originando níveis aumentados de RNAm HER2 e o aumento da síntese proteica do HER2. Em consequência, aumenta a expressão da proteína HER2 sobre a superfície celular, causando, provavelmente, a activação dos receptores do HER2. Isto resulta no crescimento celular desordenado e em transformação oncogénica, em determinadas situações, dando origem ao cancro.

Gene brca 1 e brca 2


O estudo de famílias com agregação de múltiplos casos de cancro da mama levou ao isolamento dos genes BRCA1 e BRCA2, o primeiro localizado no cromossoma 17 e o segundo no cromossoma 13. Dependendo da população em estudo, mutações nestes genes explicam 15-45% do cancro da mama hereditário e, pelo menos, 80% do casos familiares hereditários de cancro da mama e ovário. Mulheres com mutações BRCA1 têm, ao longo da vida, risco de cancro da mama que atinge os 60-80% e risco de cancro do ovário de 20-40%. O risco de cancro da mama para as portadoras de mutações BRCA2 é de 60-85% e o de cancro do ovário 10-20%. Os homens portadores de mutações no gene BRCA2 têm um risco de cancro da mama de 6% que representa um risco 100 vezes maior que o dos homens da população em geral. Apesar de não representar uma certeza de desenvolvimento da doença, a presença dessas mutações exige uma atenção especial para o paciente visando um diagnóstico precoce.
Na ausência desses genes, a probabilidade de uma mulher desenvolver o cancro da mama nalguma fase da sua vida está próxima de 10% na maior parte dos países desenvolvidos, enquanto o risco para o cancro do ovário é de aproximadamente 1%. Assim, não ser portador dessas alterações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 não significa estar livre desses tumores.
Mutações no gene BRCA1 podem também estar associadas a carcinomas da próstata e cólon, enquanto que o espectro das mutações BRCA2 também pode incluir carcinomas do cólon, próstata, pâncreas, vias biliares, estômago e melanoma maligno.
Estrutura genética e espectro mutacional dos genes BRCA1 e BRCA2


O gene BRCA 1 codifica uma proteína de 1863 aminoácidos enquanto que o BRCA2 codifica uma proteína de 3418 aminoácidos. Não existem hotspots, ou seja, zonas destes genes com maior probabilidade de ocorrência de mutações e por isso, o rastreio de mutações é demorado visto que é necessário fazer o rastreio em toda a extensão dos dois genes. Estão descritas centenas de mutações distintas. A maioria provoca alteração na leitura do DNA, embora exista um cada vez maior número de mutações, algumas das quais alteram a função proteica mas, a maioria, difíceis de interpretar. Estão também descritas mutações durante a transcrição do DNA em mRNA.
Características dos tumores da mama BRCA1/2


As características clínicas que sugerem mutação BRCA1 e 2 são as seguintes: diagnóstico de cancro da mama em idade precoce (antes dos 40 e até antes dos 30 anos), alta prevalência de cancro da mama bilateral e associação de cancro do ovário, quer na mesma doente, quer nos seus familiares, com vários casos afectados. A associação entre cancro da mama e ovário é particularmente sugestiva de mutação BRCA.
A análise histopatológica dos tumores associados a estas mutações revelou que os tumores BRCA1 são habitualmente compostos por células tumorais indiferenciadas, que não expressam receptores hormonais para estrogénios (o aumento de estrogénios no sangue, é uma das causas do cancro da mama, como já foi referido anteriormente). Os carcinomas medulares da mama estão fortemente associados ao BRCA1. Embora não seja possível enunciar características típicas dos tumores BRCA2, pode dizer-se que as células destes tumores expressam mais frequentemente receptores de estrogénios e são habitualmente melhor diferenciadas que as dos tumores BRCA1.
Abordagem dos indivíduos e famílias com cancro da mama hereditário


O rastreio de mutações dos genes BRCA1/2 deve fazer-se no contexto de Aconselhamento Genético. O primeiro passo consiste em elaborar uma árvore genealógica que inclua familiares maternos e paternos, com os tipos de neoplasias, órgãos afectados e idade do diagnóstico. Para aferir o risco individual de cancro da mama pode usar-se o método de Gail, que tem em conta factores ginecológicos, obstétricos e da história pessoal (biopsias mamárias realizadas pela mulher) e familiar (mãe, filhas ou irmãs afectadas). O método de Gail tem várias limitações nas famílias com agregação familiar já que não inclui familiares de 2º grau (como tias afectadas), não tem em conta a idade do diagnóstico de cancro mama, nem permite incluir casos de outros carcinomas (como do ovário). Por isso, a metodologia de aferição do risco mais usada nas famílias com agregação familiar é o método de Claus. Neste, as idades em que os familiares de 1º e 2º grau (uma linhagem) foram afectados, são usadas para estimar a probabilidade de que um componente hereditário esteja subjacente ao padrão familiar de neoplasias. Os gráficos obtidos com os cálculos de Claus podem também ser úteis para transmitir a informação do conceito de risco a estas mulheres. Este método pode, no entanto, subestimar a probabilidade do componente hereditário BRCA1 e BRCA2 nos casos de risco alto na família paterna, se a doente não tiver irmãs, ou ainda se existir cancro do ovário em vez de cancro da mama nos familiares afectados.O cálculo da probabilidade específica de mutação BRCA1 e 2 pode ser feito recorrendo a um programa de computador que usa estimativas epidemiológicas de frequências de mutações nos seus cálculos e considera, numa árvore genealógica, os indivíduos afectados e os não afectados. Um modelo empírico publicado pela Myriad Genetics Laboratories permite, de forma simples, calcular o risco de mutação BRCA1/2 em mulheres com cancro da mama antes dos 50 anos.

Tuesday, April 24, 2007

O Pós-cancro da mama

Após o tratamento de um cancro da Mama são muitas as etapas que o doente tem de percorrer para que esteja totalmente curado e bem consigo próprio, em relação à sua imagem e bem-estar. O período de recuperação após um cancro da Mama é deveras importante e depende das características individuais do doente, com a extensão da doença e o tratamento recebido. A prática de exercício físico é muitas vezes recomendada pelo médico logo após a cirurgia, ajudando a restabelecer os movimentos e a recuperar a força nos braços e ombros., auxiliando, também, na diminuição da dor e da rigidez das costas e pescoço. Inicialmente, estes exercícios são suaves, mas com o passar do tempo de recuperação tornam-se mais vigorosos.
Além da prática de exercício físico, outras técnicas pós-cancro são indicadas ao doente:

Follow-up
Esta técnica tem como objectivo o seguimento do indivíduo após ter concluído o tratamento, como forma de prevenção de recaídas, sendo necessário que o doente esteja atento a todos os sintomas ou efeitos secundários que possam induzir uma recaída. Inicialmente, estas consultas de acompanhamento ocorrem de cada 4 ou 6 meses, sendo que após 5 anos estas ocorrem apenas uma vez por ano.
Neste acompanhamento é necessário, também, a presença de um psicólogo, uma vez que estes doentes passaram por situações bastante difíceis, que podem ser ultrapassadas falando com pessoas que passaram pelo mesmo (como as reuniões de grupo, anteriormente referidas). Por exemplo, mulheres que tiveram de se sujeitar a uma mastectomia terão de enfrentar questões como a perda de auto-estima e necessitam, por isso, de um acompanhamento médico e psicológico, além do apoio da família, sendo que todos eles devem transmitir ao doente força e muito positivismo.


• Recidiva - Se, por algum motivo há suspeita de uma recaída, é necessário que se recorra a um médico, se preferência que acompanhou o doente ao longo de todo o processo de tratamento da doença. Este terá como função indicar diversos testes e, caso se confirme a recaída, começar os tratamentos que poderão ser cirurgia, radioterapia, terapia hormonal ou quimioterapia.


Cirurgia reconstrutiva ou de implante - Este tipo de operações tem como objectivo a reconstrução do seio, para que este fique o mais idêntico ao que a doente (os implantes são mais frequentes nas mulheres) possuía antes da mastectomia. É importante que, quando as mulheres tomam a decisão de recorrer a este tipo de cirurgia reconstrutiva, recorram a um cirurgião plástico que lhes dará informações acerca de quando a cirurgia será feita, assim como o tipo de cirurgia mais adequado, bem como os eventuais efeitos secundários.
Durante muitos anos, devido à possibilidade de haver uma ligação entre os implantes que se fazem nos seios e determinadas doenças do sistema imunitário, levou a que muitas mulheres não escolhessem os implantes como método de reconstrução do peito.Contudo, estudos recentes provaram que o recurso a implantes não leva a doenças do foro imunitário, nem leva ao aparecimento de novos cancros ou de eventuais recaídas


· Gravidez – tempos, os médicos recomendavam as suas doentes que não ficassem grávidas nos dois anos após o tratamento bem sucedido de cancro da Mama. Contudo, estudos feitos indicaram que o facto de a mulher ficar grávida neste período de tempo não aumenta o risco de padecer outra vez de cancro da Mama.

Monday, April 23, 2007

O que é a Próstata?

A Prostata é uma glândula que faz parte dos órgãos sexuais masculinos. Tem como função produzir e guardar o liquido prostatico , um dos fluidos que compõe o sémen. Este fluido tem por função neutralizar a acidez da vagina e a da urina acumulada na uretra, para além disto confere ao esperma o pH necessário a sobrevivência dos espermatozóides.


Sunday, April 22, 2007

O que é o cancro da Próstata?

O cancro da prostata é o cancro mais vulgar nos países desenvolvidos. È frequente aparecer nos homens a partir dos 55 anos de idade. As células cancerosas aparecem inicialmente no interior da prostata, mas não se espalham de seguida devido a uma cápsula que circunda o órgão. No caso da situação evoluir as células cancerosas espalham-se para outros órgãos, principalmente pulmões e ossos.
Embora muito frequente, ainda é desconhecida a causa exacta para o cancro da prostata.



Saturday, April 21, 2007

Evolução do cancro da Próstata: sistema de classificação de Gleason

O sistema de Gleason é baseado exclusivamente na arquitectura padrão do tumor da próstata. Este avalia a capacidade que as células de qualquer tipo de cancro têm para se edificar em glândulas com células semelhantes às da próstata em estado normal. A capacidade de um tumor em nidificar e tornar-se semelhante às células normais de uma glândula normal chama-se diferenciação. Um tumor que tenha uma boa diferenciação, tem a probabilidade de se tornar pouco maligno, devido às suas parecenças com o resto das células.

O princípio é bastante simples: a graduação de Gleason vai desde as células muito diferenciadas até as pouco diferenciadas, sendo esta caracterização feita pela observação ao microscópio. Para uma boa classificação deve-se ter em atenção alguns pormenores que só se conseguem ver após muito treino e experiência em oncologia.

O esquema seguinte demonstra a graduação da degradação de uma célula cancerosa:



Assim, na Graduação de Gleason, surgem vários níveis, cada qual com determinadas características:

▪ Níveis 1 e 2: Estes dois graus estão juntos pois a as células ainda são muito parecidas às células normais da glândula da próstata. Estes graus são os menos importantes pois ocorrem em grande parte da população e (porque – não ponhas isto) apenas apresentam um prognostico um pouco mais benéfico que o grau três. No grau 1 as células ainda estão agregadas, sendo que no grau 2 as células já estão um pouco mais separadas.

▪ Nível 3: Este é o grau mais comum e é considerada a fase moderadamente indiferenciada (já um pouco mais indiferenciada do que no grau 1 e 2). Isto ocorre porque os três graus possuem uma unidade glandular normal, como a próstata normal. Assim, cada célula faz parte de uma fila circular que forma uma cápsula de uma área central, o lúmen. Este contém uma secreção normal da próstata; cada unidade glandular é rodeada por um músculo que mantém a unidade glandular afastada. Em contrate com o segundo grau, há uma invasão da glândula para o estroma.

▪ Nível 4: Este é, provavelmente, o grau mais importante porque é o mais comum, pelo facto de existirem muitos casos actualmente e porque o prognostico dos doentes atinge um estado muito pior que em qualquer outro nível anterior. Existe também uma grande perca da arquitectura. Há, pela primeira vez, a perca da unidade glandular. De facto, o grau quatro é identificado, basicamente, pela perca da capacidade da formação das unidades glandulares. Este simples conceito não passa disso pois, na prática, é bastante complexo. Esta complexidade deve-se ao facto de cada corpo manifestar de forma diferente da construção das partes normais e destruição por arte das células cancerosas. Sendo o grau 4 o grau mais abrangente de todos é, então, mais difícil identificar sendo necessária bastante experiência.


▪ Nível 5: O processo de desdiferenciação é um passo significativo para um pobre prognóstico. A sua importância para a população em geral é reduzida devido a ser menos comum do que o grau 4, e é raramente visto em homens cujo diagnóstico foi precoce. Nesta fase, apesar das diferentes formas de evolução, todas apresentam algo em comum: a falta de capacidade das células de se agruparem e formarem uma glândula.




Escala baseada nos níveis da Graduação de Gleason



Quando um patologista analisa um cancro da próstata deve ver os padrões celulares mais vulgares e assim classifica-lo consoante a incidência de cada tipo. Podendo haver mais que um tipo aparentemente predominante cabendo ao patologista de os classificar como o que existe me maior incidência ou menor.

Ao desenvolver o seu sistema, o Dr. Gleason descobriu que ao dar uma combinação de classificações dos dois padrões mais comuns, que ele conseguia ver numa espécime de qualquer paciente, ele podia prever melhor se o paciente iria melhorar ou piorar. Por isso, a classificação de Gleason é uma combinação ou soma de dois números. Estas somas ou combinações de Gleason são determinadas da seguinte maneira:


1 - O resultado mais baixo de Gleason é 2 (1+1), quando ambos os padrões primários e secundários de Gleason tem uma classificação de 1 e por isso quando somados a combinação dá 2
2- Resultados muito típicos de Gleason poderão ser 5 (2+3) onde o padrão primário tem 2 e o padrão secundário tem 3 ou então 6 (3+3), um padrão puro que mais prevalece
3- Outro resultado típico de Gleason poderá ser 7 (3+4), onde o padrão primário tem o nível 3 e o segundo padrão tem grau 4.
4- Finalizando a possibilidade mais alta, 10 (5+5), quando o primeiro e o segundo padrão possuem o nível mais alto da graduação de Gleason.


Resumindo, quanto mais baixo os valores da graduação de Gleason melhor, e a menos tratamento terá que o paciente fazer.

Friday, April 20, 2007

Sintomas do cancro da Próstata

O cancro prostatico é caracterizado por vários sintomas:

- Aumento de frequência do acto de urinar (principalmente durante a noite por irritação da bexiga).

-Dificuldade ou mesmo impossibilidade em urinar (devido ao "aperto" da uretra pela Próstata).

-Dificuldade em iniciar ou suspender o acto de urinar.

-Jacto urinário com pouca força ou mesmo com interrupções.

-Dor ou ardor ao urinar.

-Dor ao ejacular.

-Sangue na urina ou no esperma.

A existência de sintomas não significa a presença de cancro da prostata, e felizmente na maioria dos casos as soenças são benignas. Apesar disto, é sempre importante ser diagnosticado por um médico especialista sempre que aparecerem estes sintomas. Esta doença aparece em homens com idade igual ou superior a 50 anos, mas para além de ser uma percentagem ínfima, e cada vez mais frequente em jovens.

Thursday, April 19, 2007

Doenças benignas da próstata

Nem todas as doenças relacionadas com a prostata são cancro. Existem várias doenças benignas que têm os sintomas idênticos ao cancro do mesmo órgão.

Infecção ou prostatite: infecção da glândula, em que os sintomas são grande dificuldade em urinar com ardor ou dor, febre e queda do estado geral. É, frequentemente, o primeiro sinal de doença na prostata.

Hipertrofia benigna da próstata (HBP): Surge a partir dos 50 anos. È uma doença prostatica benigna que tem como sintomas a diminuição do acto de urinar e do jacto urinário. Dificuldade em iniciar o acto miccional podendo chegar à retenção urinaria.
Felizmente, na maioria dos casos o aumento de volume da prostata não é uma situação grave e maligna, mas outra doença caratcteristica dos mesmos sintomas do cancro da prostata, como as referidas anteriormente.

Felizmente, na maioria dos casos o aumento de volume da prostata não é uma situação grave e maligna, mas outra doença caratcteristica dos mesmos sintomas do cancro da prostata, como as referidas anteriormente
Á medida que a idade do homem avança, e principalmente a partir doa 40 anos, é normal aumento do volume da prostata, que pode ser acompanhada por sintomas, mas o frequente é não aparecerem.
O aumento de volume desta glândula faz que haja um apertar da uretra, canal por onde corre a urina, causando assim a dificuldade em urinar, já referida. Por isso um dos sintomas é a necessidade de urinar mesmo quando há uma quantidade pouco significativa de urina.


Sintomas mais frequentes da HBP

- Jacto urinário com pouca força ou mesmo com interrupções.
- Dificuldade em iniciar o acto de urinar.
- Urgência em urinar com dificuldade em conter a urina.
- Urinar mais vezes, sobretudo durante a noite.

O tamanho da prostata não esta sempre relacionada com o aparecimento de sintomas. Existem homens com a prostata pouco aumentada e que apresentam sintomas, existindo também a situação inversa.

Evolução da doença

Uma HBP grave e não tratada pode ter graves consequências: Pode dificultar a cura e controle da doença bem como lesar órgãos relacionados, como rins e bexiga.

Diagnóstico da HBP

O diagnóstico desta doença é idêntico, ao realizado para um Cancro da Próstata, e será posteriormente referido.


Tratamento da HBP

Pode existir risco de haver cancro da prostata, por isso e vantajoso fazer o diagnostico frequentemente. Se não houver esse risco deve fazer-se a medicação especifica da doença.

Em casos em que a situação se agrava, utilizam-se antibióticos para combater infecções da bexiga, que aparecem frequentemente nestes casos. Como há um aumento de volume, utilizam-se medicamentos para atenuar e para baixar esse volume.

Quando os medicamentos não fazem efeito, recorre-se à cirurgia, na qual se utilizam métodos de excisão total ou parcial da prostata

Wednesday, April 18, 2007

Diagnóstico do cancro da próstata

O cancro da prostata cresce lentamente e os sintomas só aparecem numa fase já avançada da doença, por isso é tão importante o diagnostico. Tem-se diagnosticado cada vez mais cancros numa fase inicial, o que tem permitido a sua cura. Utilizam.se quatro tipos de exames para o diagnostico:

Toque rectal

O medico introduz o dedo no recto do individuo para detectar alterações na prostata, como nódulos, rogusidades e outras alterações na consistência.





PSA (Prostate Specific Antigen)


O PSA é um antigénio produzido pela prostata. Este teste requer uma analise ao sangue que detecta os níveis desse antigénio. Normalmente está a 4.0 nanogramas por milímetro, qualquer alteração deste valor pode ser indicio de cancro da prostata. Também o adenoma da prostata faz subir este valor.
Este exame, embora não tenha uma especificidade absoluta, tem sido nos últimos anos um precioso auxiliar na detecção desta doença.



(clique para ficar maior)


Ecografia prostática



É um exame feito a partir de ultra sons que permite obsevar a textura e forma da prostata, assim como se existe algum tipo de anormalidade no seu interior ou a existência da cápsula protectora. É normalmente feito por via rectal por introdução de uma sonda.
No caso de se verificarem existir aspectos suspeitos, o passo seguinte é normalmente a execução de uma biopsia prostática.


Biopsia prostática


Trata-se de um exame em que com o auxilio de uma agulha especila é feita a recolha de um pedaço da prostata suspeito de ter cancro.A agulha e guiada por um aparelho ecografico e a amostra tirada é analisada num laboratório de anatomopatologia que ira definir o diagnostico.

Tuesday, April 17, 2007

Tratamento do cancro da próstata

Mediante a idade do doente, a evolução do cancro e a situação de clínica geral são considerados vários tipos de tratamento, alguns associados entre si. É a equipa médica que decide qual o tratamento mais viável, que varia para cada caso particular. Graças a vigilância e à detecção precoce de cancros e também à evolução médica, têm-se verificado cada vez mais casos de cura total.

Fundamentalmente, utilizam-se quatro métodos de terapêutica:

- Cirurgia, em que se faz a remoção do cancro.

- Radioterapia, em que se sujeitam as células cancerosas a uma radiação intensa e dirigida para destrui-las. Inclui dois tipos:

- Radioterapia externa: aplicação de radiações a partir de uma fonte externa (é a radioterapia mais utilizada na generalidade das situações, que não o cancro da Próstata);
- Braquiterapia ou “sementes” como muitas vezes são designados pequenos fragmentos de material emissor de radiações que são colocados na Próstata

- Crioterapia, em que se provoca o congelamento da Próstata para destruir o cancro e provocar a sua saída pelas vias naturais.

- Tratamento hormonal, em que o doente toma uma combinação de hormonas destinadas a parar o crescimento das células cancerosas.

Estes tratamentos têm riscos, que devem ser ponderados pelo médico e discutidos com o paciente.

Monday, April 16, 2007

Consequências

Disfunção urinaria - pode levar à perca total do controlo sobre a bexiga.

Disfunção intestinal – pode levar a diarreias e perca total do controlo sobre os músculos intestinais.

Disfunção eréctil – esta disfunção é causada pois os nervos e linhagens que controlam a erecção são muito sensíveis e com os tratamentos ficam com uma espécie de trauma que passa após alguns meses do final do tratamento.

Infertilidade – o homem após o tratamento do cancro da Próstata fica estéril porque durante o tratamento ou são retirados dois órgãos fundamentais para que o homem seja fértil, Próstata e vesícula seminal, ou porque com a radiação, os mesmos órgãos deixam de produzir as secreções indicadas para o esperma ser fértil.

Efeitos secundários da terapia hormonal - decréscimo do desejo sexual, disfunção eréctil, fadiga, osteoporose, ganho de peso e perca de massa muscular, anemia, percas de memoria.

Friday, April 13, 2007

Estrutura normal do cólon

O sistema digestivo dos humanos é constituído por diversos componentes dos quais os intestinos, grosso e delgado. Assim, o cólon é uma das porções do intestino grosso, a par com o recto, e nele que pode aparecer um tumor maligno.
O cólon é constituído por quatro partes: o cólon ascendente (ou direito), o transverso, o descendente (ou esquerdo) e o sigmóide.
cólon direito
sigmóideO cólon é um tubo muscular com um revestimento mucoso interno lubrificado. A camada mais externa, chamada camada serosa, é uma membrana resistente e fibrosa com uma superfície exterior lisa. Esta membrana protege o cólon de lesões quando os movimentos intestinais o pressionam contra a parede abdominal.
Outra camada, também constituinte do cólon, é de origem muscular, sendo constituída por três faixas que têm como principal função ajudar na passagem do conteúdo intestinal ao longo do cólon. Por dentro desta camada muscular encontra-se uma terceira camada, a submucosa, composta por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e vasos linfáticos. A camada mais interior é a mucosa, que contém numerosas glândulas tubulares, produtoras de mucos que auxiliam na passagem do material digerido ao longo do cólon.
Uma das principais diferenças entre o cólon (e o resto do intestino grosso) e o intestino delgado é o facto de um primeiro não possuir vilosidades intestinais na sua mucosa, destinadas a uma maior absorção dos nutrientes.
As principais funções do cólon são absorver água, bem como uma pequena quantidade de sais minerais, do material digerido e concentrar os resíduos não digeríveis para expulsá-los sob a forma de fezes.

Thursday, April 12, 2007

O que é o cancro do cólon?

O cancro do cólon caracteriza-se pela presença de células neoplásicas (malignas) ao nível da mucosa de uma porção do intestino grosso, o cólon. O cancro surge quando as células da mucosa intestinal, em resultado de mutações ao nível dos genes que regulam o crescimento celular, perdem a capacidade de controlar a sua divisão, fazendo esta de forma descontrolada.
O cancro do cólon pode apresentar localizar-se em diversas zonas do intestino grosso, como o cólon direito, cólon esquerdo ou recto. Muitos dos casos de cancro do cólon surgem a partir de um pólipo benigno, termo que mais à frente trataremos, e só alguns é que acabam por degenerar em cancro, sendo que esta evolução dura entre 5 a 10 anos. O cancro do cólon menos frequente, segundo investigadores do IPATIMUP, ocorre no cólon esquerdo/descendente.
Também no cancro do cólon é possível que haja metastizações, isto é, as células poderão atingir os órgãos próximos do intestino grosso, como os seus gânglios linfáticos, fígado e pulmões.

Wednesday, April 11, 2007

Evolução do cancro do cólon

A evolução do cancro do cólon dá-se ao longo de quatro fases, a partir do aparecimento de pequenos agregados celulares, que surgem no revestimento interno do intestino grosso, designados por pólipos adenomatosos. A sobrevivência dos doentes com cancro do cólon depende muitas vezes do estado de evolução do tumor. Assim, as quatro fases do cancro do cólon são:

Estádio A – a sobrevivência do doente quando o seu tumor se encontra neste estádio é de 90 a 100%. Nesta fase é possível verificar que as células malignas se dividem ao longo da mucosa intestinal, contudo, limitadas apenas a esta.

Estádio B – nesta fase de cancro do cólon, o tumor infiltra toda a parede intestinal, não se verificando a invasão dos gânglios linfáticos próximos deste órgão. O doente tem uma taxa de sobrevivência de 55 a 85% quando o tumor é diagnosticado neste estádio

Estádio C – a sobrevivência dos doentes para o qual o seu tumor é diagnosticado neste estado é estimada entre 10 a 50%. Esta fase caracteriza-se por haver a invasão das células malignas aos gânglios linfáticos existentes na proximidade do intestino.

Estádio D – também chamado o estádio da doença metástica, pode-se verificar a metastização das células malignas, que como já foi referido anteriormente, pode atingir órgãos como o fígado (o mais frequente) e pulmões. A sobrevivência para os doentes cujo tumor se encontra neste estádio é de 6 a 12 meses.
Assim, é possível verificar que o estádio do tumor esta directamente relacionado com a taxa de sobrevivência dos doentes, sendo por isso, de referir novamente o quão importante é um diagnostico precoce para que os cancros sejam “travados” nos estádios iniciais A ou B cuja percentagem de cura ultrapassa os 50%.

Tuesday, April 10, 2007

Sintomas do cancro do cólon

O cancro do cólon caracteriza-se por ter um desenvolvimento lento e levar muito tempo a determinar o aparecimento de quaisquer sintomas. Quando surgem as queixas o tumor já se encontra, frequentemente, num estádio avançado, limitando as possibilidades de intervenção terapêutica com intenção de cura. Os sintomas dependem do tipo de tumor, da sua localização e extensão. Dependo da localização do tumor tem-se:

- O cólon direito/ascendente tem um grande diâmetro e contém fezes líquidas. Um tumor no cólon direito raramente causa obstrução intestinal, podendo atingir uma dimensão que seja perceptível até na palpação abdominal. Para cancro localizados no cólon direito há, geralmente, queixas de cansaço e fraqueza, decorrentes da anemia que geralmente acompanha este tipo de tumor e alteração dos hábitos intestinais, que se caracterizam por períodos de obstipação alternados com diarreia.

- O cólon esquerdo/descendente tem um diâmetro menor e contém fezes sólidas. Um tumor no cólon esquerdo condiciona, geralmente, obstrução intestinal precoce, hemorragias e dor com carácter esporádico e forte que se sente na parte inferior esquerda do abdómen.

- No cancro do recto, o sintoma mais frequente é a hemorragia no decorrer de uma evacuação, ou seja perda de sangue e por vezes de muco. São comuns as queixas de perda de peso, dor e desconforto na zona do estômago e a sensação de defecação incompleta.

Monday, April 9, 2007

Causas do cancro do cólon

- Pólipos

Os pólipos podem ser considerados um dos factores de risco para o aparecimento do cancro do cólon. Assim, entende-se como pólipo um agregado celular que se desenvolve na parede do intestino, geralmente não canceroso, isto é, os pólipos podem não representar tumores (neoplasias) nem malignos nem benignos, podendo ter diversos tamanhos (desde 1mm a 2-3 cm), podendo até as dimensões destes obstruir o intestino. O mais habitual é que os pólipos tendam a desenvolver-se no recto e no segmento inferior do intestino grosso. É pouco provável que se desenvolvam mais acima.









É possível fazer uma divisão dos vários tipos de pólipos, tendo em conta a sua morfologia microscópica. Esta divisão está presente no seguinte quadro:





No nosso trabalho incidirá apenas sobre os pólipos neoplásicos.
Os adenomas – pólipos neoplásicos, referidos no quadro – são tumores benignos que podem evoluir para cancro. No entanto, nem todos os adenomas do cólon evoluem para cancro, embora praticamente todos os cancros do cólon nascem de um pólipo adenomatoso.
É possível estabelecer uma relação com a idade que um pólipo permanece no intestino e a sua evolução, bem como com o seu tamanho – quanto maior é um pólipo, maior a probabilidade de uma pessoa desenvolver cancro do cólon. Assim, calcula-se que 3% dos pólipos com 1 cm de diâmetro se transformam em cancro ao fim de 5 anos, 8% ao fim de 10 anos e 24% ao fim de 20 anos. Por estes números é possível concluir que a maior parte dos pólipos adenomatosos permanecem estáveis, nunca evoluem para cancro, e alguns até podem regridir.
A natureza dos pólipos só é conhecida depois de o examinar ao microscópio. Como não é possível saber se um pólipo vai evoluir ou não para cancro é necessário remove-los. Não é frequente encontrar pólipos solitários; encontram-se normalmente 2, 3 e mais pólipos, mais ou menos, afastados uns dos outros. Se o número de pólipos é elevado - várias dezenas -, estamos perante uma polipose. Estes revestem o intestino grosso e o recto.
As polipose são afecções raras, algumas são mesmo muito pouco comuns. Entre elas temos três relativamente raras: Polipose Adenomatose Familiar, Síndrome de Peutz-Jeghers e Síndroma de Gardner, que passamos a descrever:


Poplipose Adenomatose Familiar (PAF) - É uma doença hereditária autossómica dominante, onde aparecem no cólon centenas ou milhares de pólipos que são adenomas (tumores benignos). O gene responsável pela doença é o gene APC (Adenomatous Poliposis Coli) localizado no cromossoma 5, cuja descoberta pertence a duas equipas de cientistas (na Universidade de Johns Hopkins, Baltimore, e na Universidade de Salt Lake City, Utah, EUA).


A descoberta do gene APC significa que, através de uma simples colheita de sangue é possível determinar se um filho de um portador de PAF tem ou não um gene APC anormal, e se irá desenvolver a doença. Os resultados desteS testes, no caso de se confirmar o seu valor, irão influenciar profundamente o programa de vigilância dos indivíduos que se encontrem em risco de desenvolver esta doença. Tomemos como exemplo uma pessoa que:



- não tem um gene APC anormal, os seus exames do intestino poderão ser mais espaçados ou até abandonados.



- tem um gene APC anormal, então o médico deverá estar mais atendo e programar exames anuais ao cólon para que a doença seja detectada o mais cedo possível.


Na Polipose Adenomatose Familiar os pólipos aparecem aos 16 anos de idade e, senão for removido o cólon (a colectomia profilática – referida em TRATAMENTOS - faz-se aos 18 - 20 anos) o cancro aparece pelos 50 anos.


Grande parte das pessoas com PAF além dos pólipos do cólon tem pólipos no estômago (50%) e no duodeno (90%) mas estes pólipos, sobretudo os do estômago raramente malignizam.
Em anexo está uma árvore genealógica que retrata a situação de uma família com Polipose Adenomatose Familiar.


Como é que esta doença se transmite hereditariamente?



As pessoas que sofrem desta doença têm 50% de hipóteses de transmitir a doença aos seus filhos. Esta transmitir vai ocorrer mesmo que a pessoa afectada tenha realizado uma remoção preventiva do cólon, pois sendo esta doença hereditária está presente em todas as células do seu descendente – desde que herdem a doença.
Actualmente já está disponível uma consulta de Risco Familiar no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, em que é possível fazer um aconselhamento genético, altamente recomendado para doentes com PAF que planeiem ter filhos. Esse aconselhamento deve ser obtido antes da gravidez.




A síndroma de Gardner é um tipo de polipose hereditária em que vários tipos de tumores não cancerosos aparecem em qualquer parte do corpo e no intestino. Tal como os outros tipos de polipose familiar, envolve um alto risco de cancro do cólon.

A síndroma de Peutz-Jeghers é um problema hereditário em que pequenas formações chamadas pólipos juvenis aparecem no estômago, no intestino delgado e no intestino grosso, podendo atingir grandes dimensões que podem ser causadores de hemorragia – tendo neste ultimo caso de se recorrer cirurgias repetidas. Pode-se nascer com estes pólipos ou então eles podem desenvolver-se durante a infância. As pessoas afectadas com a síndroma têm a pele e as membranas mucosas de cor escura – castanhas, pretas ou azuis -, sobretudo a mucosa dos lábios e das gengivas. Os pólipos não aumentam o risco de cancro no percurso gastrointestinal. No entanto, as pessoas com a síndroma de Peutz-Jeghers correm um risco acrescido de cancro do pâncreas, da mama, do pulmão, do ovário e do útero. É uma doença muito rara descrita pela primeira vez em 1921 por J.L.A. Peutz e posteriormente em 1949 por H. Jegers. Desde 1998 que sabemos que o gene afectado se localiza no cromossoma 19.

Alimentação


O desenvolvimento de um cancro do Cólon tem uma relação muito directa com a alimentação que cada indivíduo faz. Assim, antes de aparecerem pólipos no intestino é possível observar que estes se podem localizar primeiramente no estômago. É importante, por isso, que todos façamos uma alimentação cuidada, evitando ao máximo as gorduras.
As “refeições da moda” servidas em Mc Donalds, TelePizzas, etc, são autênticas “bombas” ricas em gorduras. É curioso que são cada vez mais apreciadas, pelos mais jovens, este tipo de refeições, sendo possível observar que se verifica uma crescente obesidade entre crianças cada vez mais jovens.
Há uns anos foi feita uma experiência por um cidadão norte-americano. Esta consistia em realizar todas as refeições do dia no restaurante de fast food Mc Donalds. Após cerca de 2 semanas, o senhor submeteu-se a exames médicos, verificando que este tinha ganho muito peso e que ficou com danos irreversíveis em diversos órgãos. Este é um exemplo que serve para todos nós, lembrando as consequências que este tipo de alimentação pode provocar.
A vida sedentária que muitos portugueses levam, tem um contributo pesado nesta doença. Há que realizar exercício físico, dar longas caminhadas, a fim de evitar que o sofá seja o nosso melhor amigo. É importante mais uma vez lembrar que os produtos extremamente “saborosos” saturados em gorduras irão, mais cedo ou mais tarde, ter repercussões no nosso corpo, levando, por exemplo, a um cancro do Cólon.

Sunday, April 8, 2007

Prevenção do cancro do cólon

Quanto à prevenção dos cancros do aparelho digestivo pouco ou nada se pode fazer, sendo o cancro do cólon e do recto uma excepção. Assim, são várias as atitudes e tratamentos que são fundamentais para que não se dê o aparecimento de um cancro deste tipo. A prevenção do cancro cólorrectal inicia-se sobretudo com a modificação dos estilos de vida, sendo receitado um consumo moderado de álcool e a abstinência de fumar, comuns a muitos cancros.

ALIMENTAÇÃO E CANCRO DO CÓLON










O estudo de relações entre alimentação e cancro é uma das áreas mais desafiantes das ciências da nutrição e alimentação que se tem desenvolvido ao longo dos tempos. As causas ambientais são hoje consideradas como determinantes de grande parte de cancros e, entre elas, o modo de comer é relevante. O cancro, bem como outras doenças degenerativas, evidencia uma forte relação com a mudança dos estilos de vida e dos hábitos alimentares que vem sido implantados nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Estudos feitos recentemente (divulgados na Conferência Multifactoriedade genética e ambiental no cancro familiar: implicações na prevenção e no diagnóstico precoce) revelam que a taxa de cancro do cólon nos países desenvolvidos, onde se adere cada vez mais ao fast-food e outras comidas ricas em gorduras, é muito superior à taxa do mesmo nos países menos desenvolvidos em que a nutrição é um problema, mas cujos alimentos não tornam os seus habitantes predispostos a um cancro do cólon.
A alimentação é, portanto, um dos factores a ter em conta na prevenção do cancro do cólon. Assim, muitos médicos oncológicos recomendam uma modificação na dieta dos seus pacientes, principalmente nos doentes que apresentam maior predisposição para desenvolver cancro do cólon, sendo adeptos da chamada dieta mediterrânica. Esta, praticada pelos nossos avós na Bacia do Mediterrâneo, com elevado consumo de hortaliças, cereais, frutos secos e leguminosas secas, utilizando o azeite em vez de outras gorduras, temperando com alho, limão e ervas aromática em vez de sal e com baixo consumo de carne vermelha, é uma alimentação rica em fibra, saudável, que proporciona uma boa qualidade de vida e uma baixa incidência de cancro do cólon.
As fibras solúveis (sobretudo da fruta e dos vegetais com grande capacidade para fixarem água) ou insolúveis (sobretudo dos cereais ), quer fermentáveis pelas bactérias dando origem a ácidos gordos que são benéficos para as células do cólon quer não fermentáveis e excretadas intactas, contribuindo para o aumento da massa fecal, previnem várias patologias (hipercolesterolémia, diabetes, obstipação, divertículose do cólon, cancro do cólon...) sendo fundamental aumentar o seu consumo no mundo que se deixou seduzir pelo fast-food.
Como conclusão é importante ter em conta a alimentação efectuada por todos, com vista a uma prevenção de doenças relacionadas com o aparelho digestivo, como é o cancro do cólon. É por isso necessário, aumentar o consumo de certos produtos como os que se apresentam na seguinte tabela:

Pacientes predispostos (Factores de risco)

São estes que devem ter um maior cuidado com a prevenção do cancro do cólon. Aqueles que apresentam factores considerados de risco (referidos anteriormente em Causas do Cancro do Cólon) para desenvolver um cancro deste tipo devem fazer todos os exames (diagnóstico) propostos pelo médico e estarem atentos a qualquer tipo de sintoma que possa caracterizar um cancro colorrectal.
Nestes casos, onde os indivíduos estão predispostos a formar pólipos e , por isso, a probabilidade de desenvolverem um cancro do cólon é grande é proposto pelos médicos uma colectomia preventiva, uma cirurgia que consiste na remoção da totalidade ou de parte do intestino grosso, ligando-se, depois o intestino delgado ao ânus. Também os pacientes cujo teste genético não tenha sido positivo, isto é, não sejam considerados de risco para desenvolver este tipo de cancro, podem recorrer a este tipo de prevenção.
Estas pessoas, e não só, também as que não são de risco, devem fazer as sua prevenção baseando-se nos conselhos dados pelos médicos especialistas, os gastrenterologista.
São muitos os estudos que se têm vindo a realizar para a descoberta de métodos eficazes para a prevenção do cancro do cólon. Estudos recentes concluíram que o uso regular de pequenas doses de aspirinas ou certos anti-inflamatórios, como por exemplo o sulindac, podem reduzir a formação de pólipos no intestino grosso, diminuindo, assim, a incidência de cancro do cólon.
É importante referir, mais uma vez, que a prevenção é o método mais eficaz para que não se desenvolva um cancro do cólon, sendo, por isso necessário estar atento a todos os sintomas e alterações do organismo (prevenção primária), bem como fazer um diagnóstico o mais precoce possível para evitar um evolução fatal do tumor.

Saturday, April 7, 2007

Diagnóstico do cancro do cólon

Como em qualquer doença, em especial o cancro é fundamental que o diagnóstico do cancro do cólon seja realizado o mais precocemente possível, com vista a uma rápida actuação dos médicos e tratamentos para que o tumor não avance de mais. O diagnóstico de um cancro deste tipo não é tão fácil como um cancro da mama devido ao difícil acesso ao órgão em questão, o intestino grosso. É, por isso, necessário a maior atenção às alterações no organismo e a realização de exames, com o objectivo de detectar o mais cedo possível um tumor, o que nem sempre é possível, uma vez que muitos só realizam os testes quando algum sintoma aparece, o que só ocorre quando o tumor está já numa fase muito avançada. Assim, são vários os exames disponíveis para o diagnóstico clínico de um cancro do cólon.


Endoscopia


A endoscopia digestiva consiste num método de investigação de doenças do esófago, estômago e intestinos, através de tubos flexíveis introduzidos pela cavidade oral ou anal. A primeira refere-se a uma endoscopia digestiva e a segunda a uma colonoscopia. Estes instrumentos permitem visualizar a mucosa (revestimento interno) do tubo digestivo e realizar análises detalhadas de algo suspeito, bem como realizar pequenas cirurgias, como a remoção de pólipos (polipectomia).




Colonoscopia

É um exame de curta duração, entre 15 a 30 minutos que consiste na visualização do interior de todo o intestino grosso (cólon), através da introdução de um tubo fino no ânus, com uma pequena câmara na extremidade. Este exame, embora de execução relativamente simples, pode ser realizado com ou sem recurso a uma leve anestesia geral de curta duração, a qual não requer habitualmente internamento hospitalar. Durante a colonoscopia podem ser removidos pequenos pólipos e/ou realizadas biópsias de lesões suspeitas. Normalmente, antes da realização deste exame, administra-se um sedativo, pelo que o doente não sente qualquer dor. Contudo, numa colonoscopia o médico tem a necessidade de insuflar algum ar no cólon, para obter melhores condições de observação, podendo esta situação tornar-se incómoda para o doente, uma vez que a sensação é semelhante à dor provocada por gases no intestino.


Sigmoidoscopia flexível


Este método de diagnóstico é feito para estudar o interior da parte fina do cólon. Na sua execução utiliza-se um tubo oco, flexível e iluminado, chamado sigmoidoscópio. Durante uma sigmoidoscopia pode introduzir-se, através do sigmoidoscópio, uma pinça de biopsias, sendo assim possível a recolha de tecido para posterior exame microscópico. Se detectar pólipos, estes serão removidos.
Este exame é bem tolerado pelos doentes, não se sentido muita dor, durante a sua realização. Além disso, as biopsias não causam, igualmente, qualquer dor, uma vez que são feitas em zonas insensíveis. Além disto, este exame é de curta duração, podendo realizar-se em apenas 10 minutos. Cerca de 65 % dos cancros colorrectais podem ser observados com um sigmoidoscópio flexível de fibra óptica. Se for detectado um pólipo que possa ser canceroso, examina-se a totalidade do intestino com um colonoscópio, pois este é mais comprido do que o sigmoidoscópio. É recomendável pelos médicos que este exame seja feito em intervalos de 5 anos, após os 50 anos.






Análises às fezes

Por vezes, o tumor ou os pólipos sangram, e através desta pesquisa podem ser detectadas pequenas quantidades de sangue nas fezes. Se nesta análise for detectado sangue, serão necessários testes adicionais para encontrar a origem do sangue. Há situações benignas, como as hemorróidas, que podem provocar sangue nas fezes. Durante estas são analisadas as fezes do paciente, procurando pequenas quantidades de sangue, um dos sintomas de cancro colorrectal. Para garantir resultados adequados o paciente é aconselhado a ter uma alimentação livre de carnes vermelhas durante os 3 dias anteriores à recolha da amostra de fezes

Analises ao Sangue / hematoquisia


As análises ao sangue efectuadas durante o diagnóstico de um cancro do cólon têm como principal finalidade detectar os designados marcadores tumorais, dos quais se podem referir o antigénio carcinoembrionário, o CA 19-9 e o CA 125. Os valores destas substâncias no sangue são elevados em 70 % dos doentes com um cancro colorrectal, sendo por isso indicadoras de um possível tumor em casos em que a sua concentração se demonstre elevada durante as análises ao sangue.


Clister Opaco


É um exame diagnóstico onde uma certa quantidade de líquido (bário) é introduzida no cólon sob a forma de clister. Este exame permite delinear o cólon através de imagens obtidas nos raios X. O exame provoca uma sensação semelhante a um vulgar clister, isto é, uma sensação de distensão abdominal. A realização destes exames implica a limpeza prévia do intestino recorrendo-se para isso a uma preparação com laxantes.
Por vezes, procede-se, também, à investigação e análise de outros órgão, normalmente atingido pela metastização do cancro do cólon, como são o fígado e os pulmões. Para a análise destes órgãos recorre-se a raios - X pulmonares, testes da função hepática, por exemplo.



Os pacientes que não têm qualquer factor de risco devem efectuar anualmente um toque rectal e uma pesquisa de sangue oculto nas fezes, começando aos 40 anos e durante os 10 anos seguintes. Aos 50 anos deverá ser-lhe efectuada uma sigmoidoscopia flexível. Se esta for normal, repetir-se-á cada cinco anos. Em alternativa, este grupo de pessoas (sem factores de risco) pode ser rastreado através de um clister opaco cada 5 a 10 anos ou de uma colonoscopia cada 10 anos.
Quem estiver em situação de risco aumentado para o desenvolvimento de cancro colorrectal deve fazer-se rastrear por métodos que permitam a visualização do cólon e do recto em toda a sua extensão.

Friday, April 6, 2007

Genes do cancro do cólon

Gene p53


O gene supressor tumoral p53, localizado no cromossoma 17, que codifica a proteína correspondente é encontrado em aproximadamente 50% de todos os tumores humanos, tornando-se assim o gene que mais vezes se altera. Já há cerca de 50 tipos de diferentes tumores que se originam a partir da mutação deste gene, incluindo o cancro do Cólon. Estas mutações são encontradas em cerca de 70% dos cancros cólon-rectais.
Esta proteína induz o ciclo celular, portanto a multiplicação das células, e a apoptose – morte das células.
Tal como o gene RB – que induz o crescimento celular – o p53 codifica uma proteína que facilmente se liga ao DNA. Pode também chamar-se um gene intermédio pois este faz a ligação e interacção com outros genes.
A presença de uma mutação do gene p53 indica que esse tipo de cancro está na sua forma mais agressiva e portanto, a esperança de sobrevivência é menor.


Mas, tal como todos os genes, o p53 também tem a sua função antes de ser mutado. Assim, este pode ser um gene muito importante na prevenção de tumores pelo facto de, em experiências laboratoriais, se ter verificado que a colocação de um gene p53 normal em células tumorais resultava numa importante diminuição do tamanho do tumor. Isto indica que a colocação do gene p53 normal nos tumores dos pacientes com cancro, usando terapia genética utilização de genes normais – poderá tornar-se num tratamento possível de aplicar em doentes com cancro.
Tal como já foi referido, a principal função deste gene é manter a integridade do código genético, mais particularmente, na manutenção da mesma sequência de nucleótidos ao longo de toda a cadeia de DNA, cuja estrutura deve ser a mesma em todas as células. Deste modo, a sequência de acontecimentos que se dá e que traduz a forma como a proteína actua é a seguinte:
· Durante a divisão celular, a proteína p53 faz uma verificação quanto à possível ocorrência de uma mutação no código genético – que se traduz num erro de replicação do DNA, codificando uma proteína com uma função diferente.



· Se a mutação ocorrer é a proteína p53, através do desencadeamento de um coinjunto de reacções, que activa as proteínas de reparação de forma a colocar o DNA na sua forma correcta.



· No caso de o DNA já se encontrar demasiado danificado cabe à proteína p53 impedir que a célula em causa entre em mitose e complete e divisão celular. Uma dessas acções pode caracterizar-se pela morte da célula através de apoptose ou uma outra forma de controlar esta divisão.

É devido a estes factos que a proteína p53 é classificada como supressora de tumores, desempenhando um papel importante na manutenção da integridade do genoma.


Gene APC


Poucas são as informações disponíveis sobre este gene, mas sabe-se que este é o gene responsável pelo aparecimento do cancro do cólon (para além do gene p53 causadores de diversos tipos de cancro entre os quais o cancro do Cólon).
Na figura A e B é possível comparar a sequência alterada de um adenoma, mais precisamente no codão 842. Na figura C está esquematicamente representado os resultados de uma técnica denominada DNA fingerprint ou impressões digitais genéticas. Assim, a partir de uma pequena amostra de material biológico que contenha material genético é possível fazer a extracção do DNA. Seguidamente utilizam-se enzimas de restrição – enzimas que fragmentam o DNA por hidrólise em locais específicos. A especificidade é dada pela sequência de nucleótidos que a enzima reconhece fragmentando o DNA sempre que encontra essa sequência – que fragmentam o DNA em pequenos pedaços. Os cortes ocorrem nas zonas de restrição. Os diferentes fragmentos obtidos terão tamanhos diferentes, que variam de indivíduo para indivíduo. Colocando estes fragmentos num meio apropriado, por exemplo um gel (específico para este tipo de experiências em laboratório), e submetendo-os a um campo eléctrico, eles vão deslocar-se com velocidades diferentes (quanto maior for o fragmento de restrição, menor mobilidade ele tem no gel). Através de métodos apropriados de visualização podem localizar-se esses fragmentos e identificar o individuo pelo número de fragmentos em que o seu DNA foi dividido. Através dessa localização dos fragmentos é possível identificar aqueles que possuem um pedaço no local que pertence à anomalia verificada no gene APC. Assim, os indivíduos 2, 3 e 4 estão afectados pelo facto de possuírem um fragmento (indivíduos 3 e 4) ou dois fragmentos no caso do indivíduo 2.