Saturday, May 12, 2007

Introdução ao Cancro

São muitas as doenças que, actualmente, afectam milhões de pessoas por todo o mundo. Muitas delas são facilmente curáveis ao contrário de outras que, infelizmente, são fatais, causando aumentos significativos nas taxas de mortalidade de cada país. Em Portugal, são várias as doenças para as quais os técnicos de saúde não têm, ainda, resolução. Esta situação transmite-se nos elevados números de certas doenças no nosso país.
As doenças, de um modo geral, podem ser divididas em três grandes grupos:

As doenças degenerativas e inflamatórias levam à multiplicação e perca de tecidos de órgãos. Enquanto que as neoplásicas (neo – novo + plasia – tecido) dão origem a tecidos novos. As neoplásicas podem dar origem a dois tipos de tecidos: os benignos e os malignos, sendo ambos designados por tumores. Apesar de serem tumores, as neoplasias benignas não afectam o organismo. Já os tumores malignos afectam o mesmo, levando muitas vezes à morte do indivíduo portador.

Através deste trabalho, pretende-se fornecer todos os esclarecimentos que se consideram fulcrais sobre as neoplasias malignas, também designadas por cancro, uma das doenças que mais mortes causa em Portugal, e também no mundo, e para a qual há, ainda, muitas dúvidas e incertezas junto da comunidade médico-científica. Contudo, e segundo o Professor Manuel Sobrinho Simões, a investigação no cancro e noutras áreas tem vindo a desenvolver-se “ Nós temos, hoje, áreas de investigação em ciências da saúde, em que somos tão bons como os bons países europeus, o que temos é menos gente, menos massa critica, menos tradição de avaliação e menos sustentabilidade de investimentos

É importante começar por distinguir tumor benigno de tumor maligno. Um tumor benigno é apenas um conjunto de células que se divide de forma anormal, não tendo estas capacidade invasiva, nem de se espalharem por metástases (alteração de posição de uma célula cancerosa, deixando o tumor inicial para se instalar e proliferar numa outra célula para outro local no corpo do portador), estando muitas vezes cobertos por uma cápsula que faz com que não consigam espalhar-se pelo corpo. Entende-se por tumor maligno a um conjunto muito heterogéneo e multifactorial (resultado de vários factores ambientais e genéticos, por exemplo) de doenças que têm em comum o facto de apresentarem sempre o crescimento (maior ou menor, dependendo dos casos) de um tecido neoformado.

Friday, May 11, 2007

Tipos de Cancro

Incidindo-se este trabalho nas neoplasias malignas, importa dividir os vários tipos de cancro. São eles:

Sarcoma – É o nome pelo qual se designam os cancros que afectam as células epiteliais do corpo (como a pele, glândulas mucosas). Este tipo de cancro representa cerca de 80% de todos os cancros.
Carcinoma - Este tipo de cancro dá-se em tecidos como ossos, ligamentos e músculos, tecidos conjuntivos/ligação
Leucemia - Este cancro localiza-se no sangue com um aumento considerável dos glóbulos brancos, nomeadamente os leucócitos. Caracteriza-se também por não existir o tumor propriamente dito uma vez que este cancro se localiza no sangue.
Linfoma – À semelhança da leucemia, o linfoma também se caracteriza por ser um crescimento anormal de glóbulos brancos, mas neste caso dos linfócitos que se encontram no sistema linfático (é um sistema paralelo ao sistema circulatório, sendo um sistema imunitário do organismo, constituído por 99% de glóbulos brancos – linfócitos-, não tendo na sua constituição glóbulos vermelhos). Os linfomas podem ainda dividir em não Hodgkin e Hodgkin.

Estes quatro tipos de cancro caracterizam-se por uma divisão e crescimento anormal das células. São caracterizadas também pela perca de funcionalidade/especialização, para que estavam inicialmente programadas.

Thursday, May 10, 2007

Formação e multiplicação de um cancro

Salientando anteriormente os vários tipos de tumores malignos que existem, é de referir a sua formação.
Todos estes tipos cancros são causados por mutações nos genes (portanto génicas), causadas por factores externos, físicos ou químicos, como radiações (de várias gamas) e diversas toxinas e químicos. Estes agentes que desencadeiam todo o processo de formação do cancro chamam-se agentes carcinogéneos. Estes activam proto-oncogenes, genes que estão normalmente inactivos e que têm a capacidade de estimular o crescimento celular, e que após a mutação passam a designar-se por oncogenes, cuja função é estimular a divisão das células, podendo surgir um tumor. Podem, também, desactivar os designados genes supressores tumorais, cuja função consiste na inibição da divisão celular. Estes genes, os proto-oncogenes e os genes supressores tumorais têm como principal função manter estável a divisão celular, de acordo com as necessidades do organismo.


Na fase de progressão ou promoção, a última fase, existe um factor que não é em si um carcinogénio, mas ajuda ao estímulo do crescimento das células.
Em cada momento, cada organismo pluricelular é o resultado de um equilíbrio que se gere entre proliferação celular e a morte programada das muitas células que se dividem por dia no organismo humano. A morte destas células pode ocorrer por dois fenómenos distintos: a Apoptose e a Necrose.


Necrose – as células morrem devido a acção de substâncias tóxicas ou à falta de nutrientes essenciais. Apesar de manterem o núcleo intacto, aumentam de volume, rompe-se a membrana plasmática e verte-se o conteúdo da célula para o meio extracelular, causando uma pequena inflamação. É o resultado de, por exemplo, quimioterapia.
Apoptose – ocorre um conjunto de fenómenos programados geneticamente e que levam a morte da célula. Quando as células apresentam anomalias, sobretudo genéticas (como as células malignas), ou já não são necessárias ao organismo (como as células que existem no espaço interdigitais no desenvolvimento do embrião humano), desencadeia-se através de mecanismos determinados geneticamente e comuns a maioria das células, um conjunto de fenómenos que conduzem a um verdadeiro “suicídio” celular. A célula começa por se isolar das células vizinhas, compactando quer o citoplasma quer a cromatina. Seguidamente uma enzima (endonuclease) fragmenta o DNA em pequenas unidades e a célula fragmenta-se em pequenas porções sem que ocorra ruptura e, portanto, resposta inflamatória.



Num tecido normal a divisão celular é contrabalançada pela apoptose. Quando este equilíbrio se rompe pode surgir um cancro.
As mutações, atrás referidas, que ocorrem sobre os genes supressores tumorais e os proto-oncogenes podem ser transmitidas hereditariamente ou ocorrer esporadicamente.

Wednesday, May 9, 2007

Cancro hereditário e esporádico

As mutações, atrás referidas, que ocorrem sobre os genes supressores tumorais e os proto-oncogenes podem ser transmitidas hereditariamente ou ocorrer esporadicamente.

Uma família de cancro hereditário pode apresentar vários indivíduos com o mesmo tipo(s) de cancro(s) relacionados em idades mais jovens (geralmente antes dos 50 anos). Além disso, podem existir indivíduos com mais de um tipo de cancro (por exemplo: cancro do cólon num sobrevivente de cancro da mama, cancro bilateral ou cancro multifocal (isto é dois ou mais cancros no mesmo órgão como por exemplo dois cancros do cólon separados).

Para entender o que é um cancro hereditário é necessário que se entenda o conceito de hereditariedade.
A semelhança que existe entre pais e filhos é reconhecida desde há milhares de anos. Aos poucos, foi reconhecido que essas semelhanças, determinadas pelo parentesco, não se limitavam à aparência física, mas respondiam ao funcionamento de todo o organismo: aptidões físicas e intelectuais, temperamento e preferências gastronómicas repetiam-se dentro de uma mesma família. A transmissão de características para cada nova geração recebeu o nome de hereditariedade.
Entretanto, as explicações sobre a hereditariedade só começaram a ser apresentadas há poucos séculos, desenvolvendo-se dentro de uma ciência chamada Genética.
As características pessoais são transmitidas aos filhos em combinações sempre diferentes, cada um dos pais contribuindo com metade das informações necessárias para a formação de um novo ser vivo. Essas informações estão armazenadas no núcleo das células, em estruturas denominadas cromossomas.
Nos cromossomas, sequências de ácido desoxirribonucleico (DNA) formam genes, que orientam a produção das proteínas pelas células.
Na fusão dos gâmetas (espermatozóide e óvulo), cada um deles com 23 cromossomas, uma nova célula é criada, com 46 cromossomas. Essa célula, chamada ovo, irá desenvolver-se como embrião, no interior do útero materno. Assim, um novo indivíduo é sempre formado a partir da combinação do material genético dos seus pais. A transmissão dessas informações através das gerações é denominada herança genética.
As famílias de cancro hereditário apresentam geralmente casos de cancro em duas ou mais gerações consecutivas, com padrão de transmissão autossómico dominante. Por outras palavras, quando um dos progenitores tem uma predisposição hereditária para cancro, cada um dos seus filhos tem 50% de possibilidades de herdar essa predisposição.
Os indivíduos que herdarem a predisposição têm um risco elevado de vir a desenvolver o(s) cancro(s) associado(s), enquanto que os familiares que não herdarem essa predisposição não apresentam um risco de desenvolver cancro superior ao da população em geral. Nestes casos, o teste genético é geralmente benéfico já que pode determinar quais são os indivíduos com um risco aumentado. Na maioria dos casos, é importante fazer em primeiro lugar o teste genético a um dos indivíduos com cancro, para identificar a mutação genética responsável, e em seguida testar os familiares não afectados.

No caso de se tratar de um cancro esporádico, a mutação ocorre devido a factores ambientais. Assim, tal como a palavra o indica, ocorre “por acaso”.
No caso de famílias com um caso de cancro na família, afectando um indivíduo de idade relativamente avançada, diz-se que se trata de uma situação esporádica. Por outras palavras, não se observa um padrão de transmissão hereditário e, geralmente, apenas um ou dois elementos da família apresentam cancro na faixa etária em que essa ocorrência é mais provável (indivíduos idosos). Neste caso os familiares não apresentam um risco aumentado de desenvolvimento de cancro, não sendo recomendada a realização de teste genético.

Pode ainda existir uma divisão noutro tipo de cancro, designada por cancro familiar. No caso de uma família com um número de casos de cancro superior ao esperado, se essa ocorrência se devesse exclusivamente ao acaso, mas sem as características típicas do cancro hereditário, diz-se tratar-se de uma situação de “cancro familiar”. Por outras palavras, trata-se de famílias com um número elevado de casos de cancro em idades relativamente avançadas, mas sem as características típicas do cancro hereditário. Esta situação poderá ser o resultado de predisposição genética, a partilha de um estilo de vida semelhante, e a exposição comum a determinados factores ambientais. Geralmente, nas situações de cancro familiar, os familiares mais próximos de indivíduos afectados apresentam um pequeno aumento no risco de vir a desenvolver cancro, não sendo nestes casos de grande benefício a realização de teste genético

Tuesday, May 8, 2007

De onde vem o nome cancro?

Cancro é uma palavra derivada do acusativo latino “CANCRUM” que quer dizer caranguejo. A comparação do cancro com o caranguejo, feita pelos médicos da Antiguidade, é baseada no aspecto que certos cancros, já adiantados, apresentam, isto é, uma massa central com raízes ou pernas à sua volta, dando ainda a impressão que as dores provocadas são semelhantes à mordedura ou fechar violento das pinças ou “navalhas” do caranguejo.

Monday, May 7, 2007

Cancrofobia

Medo intenso de contrair cancro, desproporcionado em relação ao risco real, a ponto de o comportamento do paciente e o seu estilo de vida serem significativamente alterados por esta preocupação. Em vez da atenção e atitudes preventivas gerais que todos devemos ter (por exemplo, deixar de fumar), o cancrófobo adopta um comportamento extremista (prolongados rituais de higiene, fuga aos contactos sociais, hábitos alimentares bizarros), característico dos doentes obsessivo compulsivos. Se tem alguns sintomas banais (por exemplo, problemas de pele, obstipação ou tosse), fica imediatamente convencido de que são os sinais de um cancro, o que desencadeia uma angústia extrema que pode levar a crises de pânico. A psicoterapia pode ser benéfica nestes casos.

Cancro em Portugal

Neste trabalho serão tratados os tipos de cancro que mais mortes causam em Portugal. Para concluir quais são os que possuem esta característica foi necessário uma pesquisa de gráficos/dados que demonstraram que o Cancro da Mama, da Próstata e do Cólon (e recto) seriam os que melhor se adaptavam

Sunday, May 6, 2007

Estrutura normal da mama

Os seios são os órgãos responsáveis pela produção de leite. A mama feminina é formada por múltiplos lobos os quais contém muitos lóbulos (unidades produtoras de leite), ductos (canais que ligam os lóbulos ao mamilo e por onde flui o leite), mamilo, o centro de uma área escura de pele designada aréola e o estroma (tecido adiposo e conjuntivo que rodeia e suporta os ductos, lóbulos, vasos e linfáticos).
Nas mulheres, as mamas podem ter tamanhos, formas e consistências variadas e, durante a vida, mudam em função da idade, ciclo menstrual, gravidez, menopausa, uso de pílulas anticoncepcionais ou por factores hormonais. A mama tem, também, vasos linfáticos, que transportam um líquido, a linfa. Os vasos linfáticos terminam nuns órgãos pequenos e arredondados - os gânglios linfáticos. Encontram-se grupos de gânglios linfáticos perto da mama, nas axilas (debaixo do braço), acima da clavícula, no peito (atrás do esterno), e em muitas outras partes do corpo. Os gânglios linfáticos são responsáveis pela retenção de bactérias, células cancerígenas ou outras substâncias malignas que se podem encontrar no sistema linfático. Quando as células do cancro da mama entram no sistema linfático, podem ser encontradas nos gânglios linfáticos próximos da mama.




Estrutura da mama Vasos linf'aticos na
zona mamaria



Saturday, May 5, 2007

O que é o cancro da mama?

A mama é um órgão constituído por imensas células que têm a capacidade de se dividir e multiplicar, processo este que, em condições normais, ocorre de forma controlada e tem como objecto renovar o tecido mamário. Contudo, algumas destas células alteram-se e não conseguem dividir-se de forma ordenada, multiplicando-se muito rapidamente. Esta multiplicação sem limites pode levar à invasão destas células, designadas neoplásicas, a outros tecidos vizinhos, formando um tumor maligno (figura ao lado) ou tumor invasivo. Em casos mais graves estas células chegam a iniciar e desenvolver metastização, isto é, chegam a atingir outros órgãos além da mama. Caso as células se multipliquem descontroladamente mas não invadam outros tecidos o tumor será benigno ou tumor não-invasivo (carcinoma in-situ). Esta situação ocorre na primeira fase da evolução de um cancro antes de haver a invasão das células a outros tecidos.

Na formação de um cancro da mama, é importante ter em conta os constituintes desta, nomeadamente os ductos e os lóbulos. Isto porque, os cancros da mama mais comuns desenvolvem-se a partir destas estrutura e tomam a sua designação conforme a sua localização seja nos canais de união (ductos) ou nos pequenos conjuntos glandulares que formam a parte principal do tecido mamário (lóbulos).


Assim:

- Carcinoma ductal invasivo/não - invasivo (in-situ)
- Carcinoma lobular invasivo/não - invasivo (in-situ)
- Carcinoma inflamatório – onde a mama surge avermelhada e inflamada.

Friday, May 4, 2007

Cancro da mama no homem

Embora a população feminina seja a mais atingida por este tipo de cancro, também os homens sofrem com esta doença, ao contrário da ideia que muitos têm. Contudo, as estatísticas revelam que é nas mulheres que é mais comum surgir um cancro da Mama.
Devido ao facto de ser muito pouco comum, raramente se suspeita que esta doença seja a causa dos sintomas que o doente apresenta e nem o homem que tem o cancro nem o seu médico o têm em conta. Como resultado, o cancro da mama masculino costuma chegar a um estado avançado antes de ser diagnosticado.
Normalmente o cancro da mama no homem ocorre numa idade avançada, estando associado a mutações do gene BRCA 2.




Mamografia de um tumor na mama no homem

Thursday, May 3, 2007

Tipos de cancro da mama

É importante conhecer alguns dos termos utilizados para descrever os cancros da mama, uma vez que o tratamento e prognóstico variam de doente para doente e em função do tipo de tumor.

- Adenocarcinoma: quase todos os tumores malignos da mama têm origem nos ductos ou nos lóbulos da mama, que são tecidos glandulares. Os dois tipos mais frequentes são o carcinoma ductal e o carcinoma lobular.


- Carcinoma ductal in situ (CDIS): o carcinoma ductal in situ é o tumor da mama não invasivo mais frequente. Praticamente todas as mulheres com CDIS podem ser curadas (figura 5).


- Carcinoma ductal invasor (CDI): este é o cancro invasor da mama mais frequente. Tem origem nos ductos e invade os tecidos vizinhos. Nesta fase pode metastizar através dos vasos linfáticos ou do sangue, atingindo outros órgãos. Cerca de 80% dos cancros da mama invasores são carcinomas ductais.(figura 6)


- Carcinoma lobular in situ (CLIS): embora não seja um verdadeiro cancro, o CLIS é por vezes classificado como um cancro da mama não invasivo. Muitos especialistas pensam que o CLIS não se transforma num carcinoma invasor mas as mulheres com esta neoplasia têm um maior risco de desenvolver cancro da mama invasor (figura 7).


- Carcinoma lobular invasor (CLI): tem origem nas unidades produtoras de leite, ou seja, nos lóbulos. À semelhança do CDI pode disseminar-se (metastizar) para outras partes do corpo. Cerca de 10% dos cancros da mama invasores são carcinomas lobulares (figura 8).


- Carcinoma inflamatório da mama: este é um cancro agressivo mas infrequente, correspondendo a cerca de 1% a 3% de todos os cancros da mama.


- Outros tipos mais raros de cancro da mama são o Carcinoma Medular, o Carcinoma Mucinoso, o Carcinoma Tubular e o Tumor Filoide Maligno, entre outros.


Wednesday, May 2, 2007

Causas do cancro da mama

O cancro da Mama é uma doença complexa, onde existe uma forte relação entre factores ambientais e genéticos, no que diz respeito às suas “causas”.
Na verdade, estas não são conhecidas, ou pelo menos, não são certas de que levam ao desenvolvimento desta doença. Assim, o que se pode afirmar é que existem determinados factores de risco associados à doença. Estes factores de risco referem-se à disposição de um indivíduo vir a padecer de cancro da Mama, contudo, isto não implica que obrigatoriamente a pessoa vá sofrer da doença.
É possível afirmar que existem dois tipos de factores de risco: factores de risco não modificáveis e factores de risco modificáveis. Os primeiros, como o próprio nome indica, são factores os quais o indivíduo nada pode fazer para os evitar, enquanto os segundos são factores de risco associados ao estilo de vida de cada um e os quais podem e devem ser evitados para que não se desenvolva nenhuma doença, como o cancro.
Assim, como factores de risco não modificáveis tem-se:



• Idade
(clique na imagem para ver melhor)




O risco de aparecimento de cancro da Mama aumenta com a idade da mulher.
Uma das marcas comuns de envelhecimento da mulher é o aparecimento da menopausa, sendo pouco comum o surgimento de um cancro da mama antes desta fase. Cerca de 60 % dos cancros da mama aparecem nas mulheres com mais de 60 anos. O risco é muito maior depois dos 75 anos.

Sexo - O facto de se ser mulher é por si só um factor de risco para se padecer de cancro da Mama. Contudo, isto não quer dizer que esta doença não atinja a população masculina, apenas que esta não é tão atingida, visto que nas mulheres é cem vezes mais comum nas mulheres do que nos homens.

História Familiar - O risco de uma mulher ter cancro da mama aumenta se houver história familiar de cancro da mama, principalmente parentes próximos como a sua mãe, tia ou irmã, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos); ter outros familiares com cancro da mama, do lado materno ou paterno da família pode, também, aumentar, embora ligeiramente, o risco de contrair a doença. Uma mulher cujos familiares próximos tenham cancro da mama não tem mais de 30 % de probabilidades de contrair este tipo de cancro antes dos 75 anos.
É importante esclarecer a diferença entre Hereditariedade e Agregação Familiar. A maioria dos cancros exibe uma agregação familiar, o que não quer dizer que estes cancros são hereditários. Na verdade, poderá haver a mutação de um gene responsável pela doença e, neste caso, o cancro será hereditário. Contudo, poderá apenas ser causado por factores ambientais, partilhados por todos os membros da família, não sendo necessariamente hereditário.
Para se determinar se se pertence a uma família de risco para o cancro da Mama ou ovário, uma vez que estes cancros estão bastante relacionados, é frequente consultar um médico especialista na chamada Consulta de Aconselhamento Genético ou Consulta de Risco Familiar. Nesta, o médico irá estudar a história familiar do indivíduo em questão e concluir se este estará ou não em risco de padecer desta doença hereditária. São vários os dados sugestivos de predisposição hereditária para o cancro da mama e do ovário numa família, os quais são possíveis consultar em anexo


História Pessoal de cancro da Mama – Uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter esta doença na outra mama. Ter tido uma doença mamária benigna parece, também, aumentar o risco de cancro da Mama, embora a situação só se considere preocupante se esta doença estiver associada ao aparecimento de tecidos anormais da Mama. Caso isto não aconteça, o risco de padecer de cancro da Mama é apenas moderado e ocorrerá apenas em mulheres cujo número de canais mamários e muito elevada.

Factores genéticos - O genoma humano é composto por inúmeros genes presentes nas células, dos quais é importante destacar BRCA1, BRCA2 e HER2. Estes genes asseguram, normalmente, um bom funcionamento celular, reparando anomalias que poderiam conduzir ao aparecimento de cancro da Mama. No entanto, em determinadas circunstâncias, aquando da transmissão desses genes dos progenitores para os descendentes, poderá herdar-se genes com anomalias. Esta alteração ou mutação interfere com a actividade normal do gene, tornando o indivíduo mais susceptível ao cancro da Mama. Desta forma, um indivíduo com uma mutação num destes genes tem um risco acrescido de vir a ter um cancro da mama e/ou ovário podendo também transmitir essa cópia do gene alterado à sua descendência. A acção destes genes será mais à frente tratada.

Menstruação anormal – As mulheres cuja menstruação ocorreu antes dos 12 anos têm um maior risco de padecer de cancro da Mama, aumentando o risco quanto mais cedo aparecer a menarca (primeira menstruação). Além disso, uma vida menstrual longa, bem como uma menopausa tardia (após os 55 anos) aumenta o risco de cancro, embora estes factores tenham pouca influência sobre este risco.

Raça – A raça é um dos factores com menos importância ou até mesmo nula para o aparecimento de um cancro da Mama. Pode estar relacionada com cada zona do mundo, contudo, esta situação leva para a importância do ambiente no surgimento de um cancro. o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas, estando esta situação relacionada com a zona do munda onde vivem e com o ambiente dos seus países. Como factores de risco modificáveis/associados ao estilo de vida tem-se:

Consumo de álcool/tabaco – Alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o tabaco com o risco aumentado de ter cancro da mama.

Alimentação – Cada vez são mais as evidências que a alimentação inadequada (tendo em conta o consumo de álcool), junto com a inactividade física e a obesidade, constituem factores fundamentais no desenvolvimento de um grande número de graves doenças crónicas, tais como a diabetes, as doenças cardiovasculares, a osteoporose e o cancro, entre outras. É necessário, por isso, ter um cuidado especial com a alimentação, sendo que, os médicos recomendam uma dieta mediterrânica, isto é, à base de vegetais e fruta. Muitas das mortes por cancro ocorrem devido a factores relacionados com a alimentação. Os tumores relacionados com a alimentação inadequada e álcool são o cancro da boca e faringe, da laringe, esófago, fígado, pâncreas, pulmão, colo-rectal, mama, próstata e rim.

Actualmente existe consenso relativamente aos conselhos para manter uma alimentação saudável, que proteja os indivíduos do aparecimento de certas patologias, como o cancro da Mama:

1. Fazer uma alimentação variada, para conseguir o equilíbrio entre os diferentes nutrientes;
2. Reduzir o consumo de gorduras, especialmente saturadas e colesterol;
3. Alcançar e manter o adequado índice de massa corporal (20-25);
4. Aumentar o consumo de hidratos de carbono complexos e de fibras alimentares;
5. Reduzir o consumo de sódio; Não consumir ou reduzir o consumo de álcool abaixo dos limites de risco.

Obesidade após a menopausa - As mulheres que são obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama. A obesidade está relacionada com uma proporção anormalmente elevada de gordura corporal; tendo em conta que o corpo produz alguns estrogénios (hormona feminina) no tecido gordo é, assim, mais provável que as mulheres obesas apresentem níveis elevados de estrogénios e, consequentemente, risco aumentado para cancro da mama.

Exercício físico - Mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama. Assim, estar fisicamente activa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.

Nuliparidade ou primeira gravidez depois dos 30-35 anos – Segundo estudos, o facto de não ter filhos ou de ter a primeira gravidez após os 30 anos aumenta o risco de padecer deste tipo de cancro.

Exposições aos agentes cancerígenos – Estes podem ser físicos e químicos. No domínio dos físicos tem-se: os raios X, raios gama, raios cósmicos e raios ultra-violetas. Quanto aos agentes químicos tem-se: o gás mostrada, gás radão resultante do decaimento do urânio e as radiações nucleares.

Uso de determinados medicamentos – Em geral, estudos revelam que o aumento de estrogénios no sangue aumenta o risco de cancro da mama nas mulheres.

Mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios e progesterona), durante 5 ou mais anos após a menopausa parecem, também, apresentar maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.

Além disso, a toma da pílula aumenta, também, o risco de cancro da Mama na mulher, uma vez que é uma terapêutica hormonal à base de estrogénios e que faz aumentar a concentração destas hormonas no sangue. Contudo, as mulheres têm de medir as vantagens e desvantagens em relação à pílula, concluindo, assim que as primeiras são muito superiores.

Muitos dos factores de risco citados podem ser evitados contudo outros, como a história familiar, não podem ser evitados. É, no entanto, útil saber e estar consciente dos factores de risco, ainda que muitas mulheres com estes factores de risco não apresentem cancro da mama. A maioria das mulheres que desenvolvem cancro da mama não tem história de cancro da mama na sua família; de facto, com excepção do envelhecimento, muitas mulheres com cancro da mama não apresentam fortes factores de risco para a doença.

Tuesday, May 1, 2007

Evolução de um cancro da mama

O cancro da Mama desenvolve-se ao longo de 5 estádios/fases após o seu surgimento no tecido mamário. É importante referir que durante os primeiros tempos da evolução de um cancro os sintomas pelos quais é conhecido um cancro mamário não se revelam, pelo que é muito complicada uma detecção muito precoce desta doença, razão pela qual muitos cancros da Mama são diagnosticados tardiamente, o que dificulta a recuperação do doente. O conhecimento do estádio em que se encontra o tumor é deveras importante, uma vez que será possível ao médico planear o tratamento mais adequado. Assim, as diferentes fases da evolução deste tipo de cancro são:

Estádio O - Nesta fase, as células tumorais desenvolvem-se descontroladamente, contudo, não têm um carácter invasivo, ou seja, não atingem outros tecidos, localizando-se unicamente no interior dos ductos mamários. Este estádio 0 corresponde ao carcinoma ductal in – situ.

Estádio I – Aquando desta fase o tumor tem uma dimensão até 2 cm e tem a forma de um caroço, continuando com um carácter não invasivo, uma vez que não há evidência de que as células neoplásicas tenham atingido tecidos próximos.

Estádio II - Durante este estádio de evolução podem ocorrer várias situações como o tumor continuar a ser inferior a 2 cm estendendo-se aos gânglios da axila, entendendo-se por gânglios uma dilatação que ocorre num determinado local de um vaso linfático. Outra situação que poderá ocorrer é o nódulo crescer, mas sem ultrapassar 5 cm, tendo 50% de hipóteses de atingir os gânglios axilares. Além disso, poderá acontecer que o tumor atinja uma dimensão superior a 5 cm, contudo, não desenvolve metastização isto é não se alastra a outros tecidos próximos ou distantes da fonte do tumor maligno.

Estádio III - No decorrer desta fase há duas possibilidades acerca do ponto de situação da evolução do tumor. Este poderá ter mais de 5 cm, tendo já atingido os órgãos adjacentes à glândula mamária bem como os seus tecidos e gânglios linfáticos. Os tecidos/gânglios linfáticos em que a invasão das células neoplásicas neste estádio é mais frequente são os das axilas, pelo facto de serem os que se encontram mais próximo deste órgão.

Estádio IV – Nesta última e bastante avançada fase, as células tumorais apresentam extensão a outros tecidos e órgãos do corpo, proliferando em alguns deles, ocorrendo, assim a metastização. Normalmente estas metástases são distantes, isto é, as células neoplásicas chegam a atingir órgãos muito distantes da fonte do tumor, como o fígado, ossos, pulmão e pele.